A agência de classificação de risco Moody’s rebaixou o rating de longo prazo em escala global do banco brasileiro BTG Pactual de Ba2 para Ba3. A nota em escala nacional também foi cortada, de A1.br para A2.br, bem como o da subsidiária Grand Cayman do Banco BTG Pactual, neste caso de B1 para Ba3. A perspectiva é negativa para todos os ratings.

A ação conclui uma revisão para rebaixamento que havia sido iniciada em 25 de novembro de 2015, segundo a Moody’s. A agência afirma que os rebaixamentos refletem o fato de que o perfil financeiro do BTG sofreu um “enfraquecimento duradouro” após a prisão de seu ex-executivo-chefe, André Esteves.

A Moody’s diz que, embora o banco tenha gerenciado a situação para estabilizar sua posição de ativos líquidos, após um movimento significativo de retirada de fundos no curto prazo, e que os níveis de capital da companhia devam melhorar após a recentemente anunciada venda de seu banco suíço, BSI Group, a receita recorrente do banco recuará, como resultado da perda de clientes em certas áreas de seus negócios. Além disso, o ambiente de deterioração operacional do Brasil gerará pressões sobre a geração de receita, diante do dano causado por eventos recentes. Ao mesmo tempo, a eficiência operacional historicamente forte do BTG, sua estrutura de custos flexível e as iniciativas implementadas para reduzir gastos operacionais devem manter sua rentabilidade em níveis ainda razoáveis.

A agência prevê que a posição de capital do banco melhore que ele continue a vender ativos e a se desalavancar. Em particular, a venda do BSI para a EFG International, que deve ocorrer no fim do segundo trimestre, será crucial para o BTG elevar seus patamares de capital. De acordo com a agência, o impacto preciso disso dependerá dos termos finais da venda, especificamente de quanto o BTG receberá em dinheiro e quanto em ações do comprador.

A Moody’s também lembra que o banco continua a trabalhar para retomar a confiança de seus clientes e de outros agentes. “Se a confiança do investidor não continuar a se recuperar, a pressão sobre a liquidez do banco deve aumentar”, prevê a agência.