04/07/2025 - 14:35
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, autorizou nesta quarta-feira, 2, que o deputado federal Junio Amaral (PL-MG) visite o general Walter Braga Netto, preso preventivamente no Rio de Janeiro desde dezembro do ano passado após ser alvo de uma operação da Polícia Federal (PF). Braga Netto é investigado no STF por participação na tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Junio Amaral é amigo pessoal de Braga Netto e afirma que já estava planejando a visita a alguns meses. “Agora que o STF autorizou a gente vai providenciar a ida. Tenho uma consideração muito grande por ele [Braga Netto]. Um respeito muito grande”, disse o deputado ao Estadão.
Segundo a decisão de Moraes, o encontro irá ocorrer na Vila Militar do Rio de Janeiro, local em que Braga Netto se encontra custodiado. O ministro determinou que a visita deverá respeitar as normas e regramentos da 1ª Divisão do Exército.
A data do encontro ainda não foi marcada. A decisão especifica que a visita tem “caráter estritamente pessoal”, dessa forma, será vedado o ingresso de assessores, seguranças, membros da imprensa e outras pessoas junto do deputado.
Além disso, Junio Amaral deverá entrar sem celular, equipamento fotográfico ou qualquer dispositivo eletrônico. Também está proibido o registro de imagens e áudio no interior da unidade prisional, sob pena de responsabilização.
No despacho da petição, o ministro Alexandre de Moraes determinou que a defesa de Braga Netto fosse consultada previamente sobre o pedido feito pelo deputado. Os advogados do general manifestaram-se dizendo que o militar não se opunha à visita.
Braga Netto foi candidato a vice-presidente pelo PL, na chapa do ex-presidente Jair Bolsonaro nas eleições de 2022. O militar foi detido em 14 de dezembro de 2024, em sua residência, localizada no bairro de Copacabana, no Rio de Janeiro, sob a acusação de obstrução da Justiça. A prisão preventiva foi solicitada pela PF e autorizada por Moraes.
Ao ordenar a prisão do general, Moraes afirmou que existem “fortes indícios” de que Braga Netto tenha contribuído de forma mais efetiva e de maior importância do que se sabia inicialmente para o planejamento e financiamento da tentativa de golpe que visava manter Jair Bolsonaro no poder. A decisão foi tomada com o apoio do procurador-geral da República, Paulo Gonet.