O Morgan Stanley publicou neste final de ano o seu panorama de investimentos para 2023, com os principais fatos que, de acordo com o banco, vão acontecer no ramo das finanças no novo ano. Confira cenários que os investidores precisam ficar atentos para 2023:

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Fim da política Covid zero na China

Um dos principais pontos em que o panorama se foca é o da política de covid zero na China. Tudo indica que o governo chinês vai flexibilizar essas medidas a partir de 2023, em resposta aos protestos que aconteceram neste final de ano. “À medida que as políticas de covid zero da China começam a moderar, combinada com um dólar mais fraco, a China poderia se tornar uma intrigante área de capital para 2023”, apontou o texto.  

Postura do FED quanto aos juros 

O relatório, publicado no último dia 12, reforçou que a política do Banco Central Norte-Americano, o Federal Reserve (FED), vai continuar a afetar o preço dos ativos em 2023. Mas a hipótese é que o banco vai adotar uma postura menos agressiva. 

O banco afirma que a política do FED tem potencial de reduzir os ganhos, aumentar os riscos de inadimplência, ampliar os spreads de crédito e aumentar as chances de uma recessão em 2023, já que há uma defasagem longa entre a adoção de uma política fiscal e o seu impacto na economia. 

Nesse cenário, o Morgan indica que investimentos em Produtos de spread de alta qualidade, como títulos garantidos por hipotecas de agência (MBS) e dívidas dos mercados emergentes estão posicionadas para um bom desempenho.

Mercados emergentes além de China 

O relatório também reforça que, com a recuperação de muitas economias no pós-pandemia, uma saída para os investimentos pode ser uma maior participação no mercado de países emergentes além da China. 

Apesar da desaceleração chinesa, o documento aponta que muitos outros países emergentes podem observar aceleração no crescimento levando em conta a criação de programas de crédito após um período de desalavancagem, revitalização da manufatura em certos mercados e um novo ciclo de boom de commodities. 

“Acreditamos que a maioria dos investidores está sub alocada em mercados emergentes, considerando os retornos potenciais dessa classe de ativos”, indicou o relatório. 

Maior risco de inflação na Europa 

No capítulo em que se fala sobre o reequilíbrio do cenário global pós-pandemia, há um alerta sobre os riscos inflacionários sob a Europa, que podem acontecer por conta dos desequilíbrios no mercado de trabalho e da crise de energia. 

A sanção da União Europeia, G7 e Austrália contra o petróleo russo deve fazer com que a oferta do petróleo caia no mundo todo. A instituição acredita que o barril deva ficar entre US$ 90 e US$100 durante 2023, mas poderá subir ainda mais caso a China consiga fazer uma abertura bem sucedida em sua política de Covid zero.