26/01/2015 - 0:00
A semana começou mal para os BRIC, sigla que indica os países com maior potencial de crescimento: Brasil, Rússia, Índia e China. A agência de classificação de risco Standard & Poor’s rebaixou o rating da Rússia de “BBB-” de “BB+”. Com isso, a divida russa perdeu o grau de investimento, e voltou a ser considerada um investimento especulativo.
Não foi a única notícia ruim. A queda dos preços do petróleo e a apreciação do dólar fizeram o banco de investimentos americano Morgan Stanley recomendar a venda de títulos e de ações brasileiras e a compra de papéis da Índia. Com as ressalvas de analistas e banqueiros ao Brasil e à Rússia, o “B” e o “R” do Bric, há o risco de a sigla ser encurtada para um minimalista “IC”.
Como isso aconteceu? A principal causa foi a dependência de Brasil e Rússia dos mercados de commodities, tradicional e historicamente voláteis. O preços dos produtos básicos oscila não apenas ao sabor da oferta e da demanda, mas também com a especulação de fundos que investem em commodities. A irresponsabilidade fiscal brasileira e a belicosidade russa elevaram a desconfiança dos investidores.
Os prognósticos permanecem ruins para os próximos dias. A vitória da extrema-esquerda na eleição grega no domingo 25 eleva a probabilidade de a Grécia retirar-se da Zona do Euro, o que poderia precipitar uma saída de Espanha, Portugal, Irlanda e, em um cenário mais grave, Itália.