O engenheiro francês Louis Moyroud, co-inventor da fotocomposição, um procedimento que revolucionou a impressão dos jornais na metade do século passado, morreu na última segunda-feira aos 96 anos em sua casa na Flórida, anunciou nesta sexta seu filho, Patrick Moyroud, à AFP.

Louis Moyroud morreu em Delray Beach cercado de amigos e parentes próximos, acrescentou seu filho.

Ele foi, ao lado de outro francês, René Higonnet (falecido em 1983), o criador da fotocomposição, um procedimento que permitia diagramar as páginas de uma maneira ultrarrápida graças a uma técnica fotográfica.

A impressão “não tinha mudado desde Gutenberg, há 500 anos. Era necessário derreter chumbo para fabricar placas de impressão. Quando a fotocomposição surgiu, foi como a invenção de computador para a época”, explicou Patrick Moyroud.

A fotocomposição “foi uma revolução para a história das técnicas gráficas”, destacou o Museu da Impressão de Lyon em seu site na internet.

O inventor francês vivia nos Estados Unidos desde o fim dos anos 40 e o New York Times lhe devotou na quinta-feira um obituário homenageando aquele que “ajudou a revolucionar os meios de impressão”.

Patrick Moyroud contou que seu pai e Higonnet haviam tido a ideia de trabalhar na fotocomposição depois de ter visitado uma gráfica. “Eles ficaram impressionados com a maneira como eram impressos os jornais, acharam medieval”.

Com falta de apoio financeiro na França, Louis Moyroud e René Higonnet lançaram sua invenção nos Estados Unidos no fim da década de 40.

“É, em grande parte, graças a ela que a impressão offset pôde progressivamente substituir o chumbo ao longo dos anos 60 e 70”, explicou o Museu da Impressão.

“Ela foi em seguida comercializada pela empresa Photon que dominava o mundo da fotocomposição até 1973, por causa das inúmeras máquinas inovadoras criadas a partir das ideias de Higonnet e Moyroud”, acrescentou o museu.

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