09/03/2022 - 15:48
Médicos da Universidade de Maryland anunciam morte de David Bennett aos 57 anos, dois meses após cirurgia inédita. Ele sofria de uma doença cardíaca terminal.O americano David Bennett, o primeiro paciente a receber um transplante de coração de porco geneticamente modificado, morreu dois meses após a cirurgia, informou nesta quarta-feira (09/03) o Centro Médico da Faculdade de Medicina da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos.
Bennett, de 57 anos, foi operado em 7 de janeiro e morreu nesta terça-feira. Ele sofria de uma doença cardíaca terminal, e havia sido considerado inelegível para um transplante humano por ter insuficiência cardíaca e batimentos irregulares, uma decisão que é frequentemente tomada quando a saúde do receptor é frágil.
Seu quadro clínico vinha se deteriorando há vários dias. Após os médicos concluírem que ele não sobreviveria, Bennett foi colocado sob cuidados paliativos.
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A cirurgia histórica foi considerada bem-sucedida. Os médicos afirmaram que esta era a única opção disponível para o paciente, após vários hospitais excluírem a possibilidade de um transplante convencional.
“Era morrer ou ter este transplante. Eu quero viver. Eu sei que é um tiro no escuro, mas é a minha última chance”, declarou Bennett à época.
Bartley P. Griffith, o médico responsável pelo transplante, disse que os membros de sua equipe estão arrasados com a perda do paciente, e destacou a coragem e o desejo de Bennett de viver.
Esforço histórico
O diretor do programa cardiotorácico do centro, Muhammad M. Mohiuddin, agradeceu Bennett por seu papel histórico nos avanços do xenotransplante.
O filho de Bennett elogiou o hospital por oferecer um experimento que deu uma última chance a seu pai. A família do paciente espera que isso possa ajudar os esforços para pôr fim à escassez de órgãos para doação.
“Estamos gratos por cada momento inovador, cada sonho maluco, cada noite sem dormir que vieram desse esforço histórico”, disse David Bennett Jr, em nota. “Esperamos que essa história possa ser o início de uma esperança, e não o fim.”