O diretor de cinema americano Arthur Penn, realizador, entre outros, do policial “Bonnie e Clyde” (1967), morreu aos 88 anos, anunciou seu contador.

“Arthur Penn morreu na noite de terça para quarta-feira em Nova York”, declarou sem dar mais detalhes Evan Bell, conselheiro fiscal e amigo do famoso cineasta. Ele tinha completado 88 anos na véspera.

“Arthur Penn trouxe a sensibilidade do cinema europeu dos anos 60 para a Sétima Arte nos Estados Unidos”, considerou no New York Times o diretor Paul Schrader.

“Ele abriu caminho para a geração dos diretores americanos dos anos 70”, como Martin Scorsese ou Francis Ford Coppola, acrescentou o roteirista de “Taxi Driver”.

Nascido em 27 de setembro de 1922 na Filadélfia (Pennsylvânia, leste), onde seu pai consertava relógios, Arthur Penn foi ator de teatro quando jovem. Ele começou trabalhando para a televisão e debutou nas telas grandes em 1958, ao dirigir o western “Um de nós morrerá”, onde Paul Newman interpreta o famoso pistoleiro Billy the Kid.

Essa biografia renovou o gênero do faroeste e introduziu pela primeira vez nesses filmes uma dimensão psicanalítica, em um dos grandes papéis de Paul Newman.

Seu segundo filme, “O milagre de Anne Sullivan”, que conta a história de uma jovem surda, cega e muda que tenta se comunicar com as pessoas a sua volta, obteve dois Oscars em 1962 para suas atrizes principal e coadjuvante, Ann Bancroft e Patty Duke, respectivamente.

Em 1966 rodou uma de seus grandes filmes, “Caçada Humana”, com Marlon Brando, Jane Fonda e Robert Redford e, no ano seguinte, “Bonnie e Clyde”, com Warren Beatty, sobre a vida de dois famosos delinquentes dos anos 30.

A história do casal de gângsteres dos anos 30 Bonnie Parker e Clyde Barrow –“eles são jovens, eles são apaixonados, e eles matam”, dizia o ‘teaser’ do filme–, vividos por Warren Beatty e Faye Dunaway, foi um grande sucesso mundial. Com dez indicações, o longa-metragem recebeu dois Oscars.

Outros filmes de destaque em seu currículo são “Pequeno grande homem” (1970), com Dustin Hoffman, “Um lance no escuro” (1975) e “Duelo de gigantes”, com Jack Nicholson e Marlon Brando.

O cineasta, cujas obras apresentavam o indíviduo marginalizado face à ordem social em uma América moderna que ele achava doente, abordou ainda a imigração iugoslava nos Estados Unidos em “Georgia” (1981), ou a África do Sul pós-apartheid em seu último filme, “Inside” (1996).

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