Um dos negociadores ucranianos que debatiam o fim da guerra com representantes russos em Belarus foi morto de maneira misteriosa no último sábado (5). Segundo o governo Zelensky, Denis Kireiev foi morto com outros três membros do serviço de inteligência durante uma missão especial em Kiev, “defendendo o país” da invasão.

Porém, segundo o site russo Pravda, o deputado ucraniano Alexander Dubinski teria dito no Telegram que Kireiev teria sido assassinato pelo serviço de inteligência ucraniano mesmo. Ele seria um agente duplo a serviço de Moscou e teria sido descoberto.

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A agência de notícias ucraniana Interfax corrobora a versão e indica que outro deputado do país atacado, Oleksiy Honcharenko, endossa a versão sobre a espionagem a favor da Rússia.

“Durante a prisão, o Serviço de Segurança da Ucrânia matou a tiros um membro da delegação negociadora ucraniana Denys Kireiev. Ele era suspeito de alta traição”, teria escrito, também no Telegram, o político.

Honcharenko teria dito ainda que o governo teria “provas claras da traição de Kireiev, incluindo conversas telefônicas”.

Relatos do jornal Folha de São Paulo mostram que o ambiente em Kiev é de total suspeição entre os ucranianos. Há uma desconfiança generalizada e atmosfera de “caça às bruxas” a possíveis infiltrados pelo governo de Vladimir Putin.

Desde o início da guerra, duas rodadas de negociações foram travadas por representantes de Kiev e Moscou, com um acordo de cessar-fogo parcial para retirada de civis na última quinta-feira (3). O governo ucraniano, porém, diz que os bombardeios continuaram no último fim de semana.

Enquanto Putin pede o fim da resistência ucraniana e o comprometimento do governo ucraniano de não se aliar à Otan, a Ucrânia quer o fim da invasão, mas sem aceitar os termos russos. Uma nova rodada de conversas está prevista para esta segunda-feira (7).