Homem que morreu dentro do veículo da Tesla que explodiu diante do Trump International Hotel atirou na própria cabeça pouco antes da detonação. Motivação ainda é “desconhecida”.O motorista do Cybertruck da Tesla cheio de fogos de artifício que explodiu do lado de fora do Trump International Hotel, em Las Vegas, atirou na própria cabeça pouco antes da detonação, disseram as autoridades nesta quinta-feira (02/01), acrescentando que sua motivação ainda é “desconhecida”.

A explosão causou ferimentos leves em sete pessoas, mas praticamente nenhum dano ao hotel.

Matthew Livelsberger, 37 anos, membro dos Boinas Verdes, força de elite do Exército americano, suicidou-se no veículo alugado, cheio de recipientes com combustível e fogos de artifício, que depois explodiu em chamas, segundo as autoridades.

O corpo de Livelsberger foi queimado de forma irreconhecível, mas o xerife de Las Vegas, Kevin McMahill, disse que as autoridades tinham “muita confiança” de que ele era o único ocupante do Cybertruck.

Os danos causados pela explosão foram limitados principalmente ao interior do Cybertruck, porque a explosão “saiu para fora e para cima” e não atingiu as portas do hotel de Trump, a apenas alguns metros de distância, disse o xerife.

As autoridades ainda estão trabalhando para determinar o motivo.

“Não nos passa despercebido o fato de estar em frente a um edifício Trump, que é um veículo da Tesla, mas não temos informações até o momento que nos digam ou sugiram definitivamente que foi por causa dessa ou aquela ideologia específica”, disse Spencer Evans, agente especial do FBI em Las Vegas.

Livelsberger havia retornado recentemente de uma missão no exterior na Alemanha e estava em licença aprovada quando morreu, de acordo com uma autoridade dos EUA.

Possível briga por relacionamento

Um policial disse que os investigadores descobriram, por meio de entrevistas, que ele pode ter brigado com sua esposa por causa de problemas de relacionamento pouco antes de alugar o Tesla e comprar as armas. O funcionário falou sob condição de anonimato porque não estava autorizado a discutir a investigação em andamento.

Entre os itens carbonizados encontrados dentro da picape havia uma pistola aos pés de Livelsberger, outra arma de fogo, vários fogos de artifício, um passaporte, uma identidade militar, cartões de crédito, um iPhone e um smartwatch, disse McMahill. As autoridades disseram que ambas as armas foram compradas legalmente.

Livelsberger servia nos Boinas Verdes, forças especiais altamente treinadas que trabalham para combater o terrorismo no exterior e treinar parceiros. Ele servia no Exército desde 2006, tendo recebido várias condecorações e tendo subido na hierarquia com uma longa carreira de missões no exterior, sendo enviado duas vezes ao Afeganistão e servindo na Ucrânia, Tajiquistão, Geórgia e Congo, informou o Exército.

Investigadores não veem elo com Nova Orleans

A explosão do Cybertruck ocorreu horas depois que Shamsud-Din Bahar Jabbar, de 42 anos, jogar seu veículo contra uma multidão no famoso French Quarter de Nova Orleans, no início do dia de Ano Novo, matando pelo menos 14 pessoas, antes de ser morto pela polícia. Esse acidente estava sendo investigado como um ataque terrorista.

O FBI disse na quinta-feira que acredita que Jabbar agiu sozinho, revertendo sua posição de um dia antes, de que ele provavelmente trabalhou com outros.

Tanto Livelsberger quanto Jabbar passaram algum tempo na base anteriormente conhecida como Fort Bragg, uma enorme base do Exército na Carolina do Norte que abriga
várias unidades de operações especiais do Exército. No entanto, um dos oficiais
que falou com a agência de notícias AP disse que não há sobreposição em suas atribuições na
a base, agora chamada Fort Liberty.

Chris Raia, vice-diretor assistente do FBI, disse na quinta-feira que as autoridades não encontraram “nenhuma ligação definitiva” entre o ataque em Nova Orleans e a explosão do veículo da Tesla em Las Vegas.

md (AP, AFP)