O movimento de protesto celebrado durante semanas contra o presidente do Mali, Ibrahim Boubacar Keita, declarou nesta quarta-feira (26) estar disposto a “acompanhar” a junta militar que derrubou o presidente, com intuito de dar continuidade à transição política.

“Estamos dispostos a acompanhar esse processo, viemos dialogar e confirmar que partilhamos do mesmo posicionamento” dos militares, declarou Issa Kaou Djim, figura da oposição próxima do Imam Mahmoud Dicko, líder do Movimento 5 de Junho – União dos Forças patrióticas (M5-RFP).

“Estamos tranquilos, esses militares são patriotas, grandes intelectuais”, acrescentou após o encontro.

“Dissemos à junta (militar) que seria útil ter discussões profundas. Eles concordam e afirmaram que consultarão os cidadãos”, acrescentou Modibo Koné, outro membro da delegação da coalizão, formada por opositores, líderes religiosos e membros da sociedade civil.

A reunião ocorreu no campo de Kati, a cerca de 15 km de Bamako, que se tornou o novo quartel da junta no poder.

Antes do golpe que derrubou o governo em 18 de agosto, o movimento M5-RFP convocou por semanas manifestações, em uma demonstração de força sem precedentes no Mali.

O movimento imediatamente reconheceu o golpe, que em sua opinião “culmina” sua luta.

A junta que está no poder prometeu entregar o poder a civis dentro de um prazo indeterminado.