11/08/2021 - 19:01
Por Aluisio Alves
SÃO PAULO (Reuters) – A construtora MRV teve alta do lucro no segundo trimestre, refletindo o mercado imobiliário ainda aquecido no Brasil, mas teve a margem bruta pressionada devido à aceleração de preços de matérias-primas.
A empresa anunciou nesta quarta-feira que o lucro de abril a junho somou 203 milhões de reais, alta de 86,1% ante mesma etapa de 2020 e 48,5% mais que os três primeiros meses deste ano. A expansão refletiu uma melhora na linha “outras receitas (despesas) operacionais”, que ficou positiva em 56 milhões, ante 31 milhões negativos um ano antes.
A receita líquida da MRV no trimestre somou 1,82 bilhão de reais, 9,7% a mais em 12 meses. Mas a margem bruta caiu 2,8 pontos percentuais, para 25,4%, o que a companhia atribuiu ao forte aumento de custo com matérias-primas.
“Uma vez que o aumento de preços implementado nos últimos trimestres foi inferior à inflação, o resultado foi a compressão da margem bruta”, disse a MRV, adiantando que partir de julho adotou uma política de alta de preços mais agressiva.
Ainda assim, o resultado operacional da empresa medido pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) cresceu 29,8%, para 296 milhões de reais, influenciado pelos mesmos fatores que contribuíram para alta do lucro. A margem Ebitda subiu 2,5 pontos percentuais, para 16,3%.
Segundo o co-presidente-executivo da MRV Rafael Menin, isso é explicado pelos bons resultados da operação da companhia nos Estados Unidos, que teve no trimestre a venda de dois emprendimentos.
“A AHS ajudou e vai ajudar mais no segundo semestre, porque devemos vender outros seis empreendimentos nesse período”, disse Menin à Reuters.
VENDA GARANTIDA
Das 12.936 unidades vendidas no período, 2.494 não foram contabilizadas, dada a política mais recente de registrá-las só após o repasse dos recursos pelo banco financiador.
No trimestre, a MRV teve consumo de caixa de 29,6 milhões de reais, já que optou por antecipar a compra de parte da matéria prima para as obras, evitando interrupções no fornecimento. No primeiro trimestre, esse consumo tinha sido de 384,1 milhões.