O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), coordenado pelo deputado eleito Guilherme Boulos (PSOL-SP), anunciou nesta terça-feira, 1º, que vai enviar militantes para atuar no desbloqueio de estradas no País. Desde domingo, 31, caminhoneiros alinhados ao presidente Jair Bolsonaro (PL) têm bloqueado rodovias em protesto à vitória do petista Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na eleição para o Palácio do Planalto.

“Desde domingo, observamos no País travamentos que contestam o resultado eleitoral e pedem intervenção militar. Tais protestos acontecem com a complacência de forças de segurança, como a PRF”, diz nota do movimento. “Diante desse fato, a coordenação nacional do MTST orienta sua militância nos Estados a organizar manifestações para desbloquear as principais vias de acesso, exigindo o respeito ao resultado eleitoral”, afirma outro trecho do texto.

Na nota, o MTST também diz esperar ser “tão bem recebido quanto os bolsonaristas” pelas forças de segurança. “Nos últimos quatro anos, observamos no Brasil a construção de um governo autoritário e fascista. Foram inúmeras as manifestações de desrespeito aos princípios democráticos, com ataques à imprensa, ao livre direito de manifestação, às instituições e ao sistema eleitoral”, afirma o movimento.

Na noite desta segunda-feira, 31, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o desbloqueio de rodovias A Corte já tem maioria para confirmar a decisão do ministro. O ministro da Justiça, Anderson Torres, também se manifestou. “Situação das paralisações nas estradas sendo monitorada minuto a minuto pela @PRFBrasil e @gov_pf. Acabo de determinar um reforço de efetivo, e de meios de apoio, a todas as ações possíveis para normalização do fluxo nas rodovias, com a brevidade que a situação requer”, escreveu Torres ontem, no Twitter. Hoje, o ministro disse que a PRF atua “ininterruptamente”.

Em nota, a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) afirmou ontem que as paralisações de rodovias por caminhoneiros que ocorrem em vários locais do País podem gerar desabastecimento e impactar a cadeia produtiva. A bancada ressaltou que respeita o direito à manifestação, mas pediu que as rodovias sejam liberadas para cargas vivas, ração, ambulâncias e produtos de primeira necessidade.