Milhares de sítios arqueológicos situados no Ártico “estão desaparecendo rapidamente” como consequência das mudanças climáticas, a um ritmo que no Polo Norte é o dobro em relação ao resto do planeta, segundo um estudo internacional publicado nesta quinta-feira (28) na revista científica Antiquity.

O Ártico tem cerca de 180.000 sítios arqueológicos – no Ártico noruego (60%), Ártico canadense (19%) e Alasca (20%) – que “o clima frio e úmido” desta região “conservou de forma extraordinária” até relativamente pouco tempo atrás, lembram os autores do artigo, consultados pela AFP.

No entanto, as alterações causadas ​​pelo aumento da temperatura da superfície da Terra “destroem muitos destes registros culturais e ambientais do Ártico”, lamentam os arqueólogos polares, cujas conclusões se baseiam em 46 estudos anteriores.

Especialmente porque “muito poucos destes sítios foram escavados” e poderiam desaparecer antes de terem revelado seus segredos, indicam.

Os cientistas destacam duas ameaças em particular: “A intensificação do derretimento do permafrost”, a camada permanentemente congelada que representa um quarto da superfície terrestre do hemisfério norte, e “a erosão costeira” devido ao aumento do nível das águas e à multiplicação de tempestades.

Estes dois efeitos importantes das mudanças climáticas já são responsáveis pelo desaparecimento de várias casas polares.

“Isto é uma catástrofe. A maioria dos sítios, entre eles vários dos mais importantes, desapareceram”, declarou ao jornal Globe and Mail o arqueólogo polar Max Friesen, da Universidade de Toronto e um dos autores deste estudo.