A presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de São Francisco, Mary Daly, afirmou nesta terça-feira, 2, em evento no sul de Nevada, nos Estados Unidos, que alterar a meta de inflação de 2% não é algo em discussão neste momento pela instituição. Segundo ela, o mais importante é que as pessoas confiem no número já estabelecido pelo BC dos EUA.

Com direito a voto nas decisões de política monetária neste ano, Daly foi questionada sobre a hipótese de o relaxamento quantitativo forte adotado pelo Fed em anos recentes ter sido responsável por gerar inflação.

A dirigente disse que não concorda com a hipótese, e atribuiu o problema sobretudo ao grande desequilíbrio entre oferta e demanda na retomada da pandemia da covid-19.

Daly comentou que o Fed “ficou um pouco atrás” em sua avaliação da inflação, quando esta se mostrou menos temporária do que os dirigentes antes previam, mas acrescentou que desde então o aperto monetário ocorreu para conter o quadro. “Até agora, creio que estamos em uma boa campanha para reduzir a inflação”, afirmou.

E acrescentou que o Fed não deseja ter de adotar um ciclo de aperto ainda mais duro, como na época de Paul Volcker, quando os juros elevados deprimiram bastante a economia.