01/11/2006 - 7:00
A história da suíça Victorinox Swiss Army pode ser dividida em duas fases: de 1884 a 2001 e de 2002 até agora. Explica-se: durante os primeiros 117 anos, a empresa foi sinônimo de canivetes. Foi ela quem inventou a fórmula mágica de colocar, em um objeto do tamanho da palma da mão, um punhado de ferramentas ? de cortador de unha e saca-rolhas a navalhas e chave de fenda. Vendeu milhões deles. Mas aí veio 11 de setembro de 2001, o ataque dos aviões ao WTC, a paranóia americana com objetos cortantes e a Victorinox sentiu o golpe. Da noite para o dia, a venda de canivetes despencou. Pior: os EUA eram os grandes consumidores do produto. A empresa, então, se dedicou à estratégia de virar marca global e de diversificar atividades. Acertou em cheio, principalmente na linha de relógios, que surgiu a partir de uma associação com a Swiss Army, em 2001.
Hoje, os relógios já respondem por 20% do faturamento mundial de US$ 320 milhões. No Brasil, eles também viraram estrelas da Victorinox. Em apenas três anos de operações, a filial mais do que dobrou de tamanho, registrando um crescimento de 53,6% em cada exercício. De acordo com Alexandre Bennoune, vice-presidente internacional de vendas, os relógios tiveram participação efetiva nessa trajetória da subsidiária. O design, a identificação com a marca e bons pontos de venda, segundo ele, formaram a combinação que transformou o Brasil na menina-dos-olhos da grife. ?O País foi pouco explorado por nossos rivais. Nos concentramos nessa lacuna e a reação tem sido positiva?, diz Bennoune, sem revelar o faturamento da empresa. Ele diz apenas que a Victorinox é a marca de relógios que mais aplica em marketing por aqui. ?Aumentamos em cinco vezes o investimento em publicidade entre 2003 e 2006?, afirma Bennoune.
De acordo com o executivo, as turbulências políticas e econômicas não intimidam a matriz. Nem a pirataria. Isso porque em geral os clientes, fiéis, querem qualidade e durabilidade. O que segura as vendas são a baixa renda do brasileiro e, principalmente, a elevada carga tributária do produto. Ainda assim, Bennoune é otimista. E já tem planos para breve: entrar nos segmentos de lanternas e perfumes