08/11/2022 - 1:58
Serpente da família Pythonidae, a píton como é popularmente chamada, é uma serpente grande que não possui veneno e conhecida por matar suas presas por constrição; isto é, espremendo, apertando. Nativa da África e Ásia, a píton não é encontrada naturalmente no Brasil, embora serpentes da mesma família sejam, como a jiboia e a sucuri. No entanto, alguns indivíduos dessa espécie são criados em cativeiro.
Recentemente, jornais locais da Indonésia noticiaram que uma mulher, até então desaparecida, foi encontrada morta dentro de uma píton. A cobra media quase 7 metros de comprimento e foi achada numa plantação de seringueiras.
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Em 23 de outubro, Jahrah, uma mulher de 54 anos desapareceu na província de Jambi, na ilha de Sumatra na Indonésia. A sua família relatou o desaparecimento aos órgãos competentes na noite do mesmo dia quando anoiteceu e Jahrah não voltou para casa. A busca começou logo em seguida, mas a mulher não foi encontrada pela equipe que incluía seu marido, apenas algumas peças de roupa, suas ferramentas de trabalho e suas sandálias que ficaram pelo caminho.
No dia seguinte (24), pela manhã, os moradores avistaram uma enorme cobra próxima ao local onde os pertences de Jahrah foram achados. Suspeitando de uma protuberância no abdômen do animal, a população local perseguiu, matou a cobra e em seguida abriu o corpo da serpente. Ao ser aberto, havia um cadáver dentro que logo foi identificado como sendo o corpo da mulher desaparecida na noite anterior, segundo comunicado feito pelo chefe de polícia local AKP S Harefa e divulgado pela CNN Indonésia.
A Indonésia é o lar de diversas espécies de píton, sobretudo as do tipo verde (Morelia viridis), ametista (Morelia amethistina), de cauda curta de Sumatra (Python curtus) e pítons reticulados (Mayopython reticulatus), considerada a maior espécie de cobra do mundo.
Embora a espécie que matou a mulher de 54 anos na Indonésia não tenha sido identificada, acredita-se que ela seja do tipo reticulada, por conta de suas características físicas, como o tamanho. A píton reticulada pode medir até 8,7 metros de comprimento e pesar até 145 quilos. O traço marcante do seu ataque é sufocar a vítima até a morte – supõe-se que a serpente que matou Jahrah, mordeu-a e depois a sufocou, terminando por engoli-la de uma vez só.
Como afirmou Mary-Ruth Low, ex-funcionária de conservação e pesquisa do Mandai Wildlife Group, a píton mata lentamente. Ademais, “Em essência, eles [pítons] podem atingir o tamanho de suas presas”.
Ataques
É inegável que notícias como esta são surpreendentes e amedrontadoras. Contudo, ainda que a incidência de pítons na Indonésia seja alta, os ataques são relativamente raros. Isso porque a píton-reticulada ocasionalmente ataca e devora humanos; há uma série de fatores envolvidos, como a mudança climática, a destruição do seu habitat natural e outros.
Desse modo, há registros de ataques por pítons também na Indonésia em 2017 e 2018, o que é considerado alarmante. Em 2018, o ataque semelhante a esse de 2022, envolveu uma mulher que foi morta e engolida por uma animal da mesma espécie. A píton-reticulada ganhou manchetes internacionais na época.
Entretanto, especialistas dizem que os humanos não são presas fáceis para essas cobras. Primeiro porque o animal precisa ser muito grande e ter bastante força para conseguir derrubar uma pessoa adulta; segundo que devido à largura dos ombros, há certa dificuldade em engolir um ser humano.
De qualquer modo, a maioria das pítons reticuladas totalmente desenvolvidas tem uma dieta que não inclui pessoas; porém, quando se sentem atacadas, elas atacam de volta, o que pode ser fatal.