14/01/2021 - 14:40
O ano de 2020 foi o mais quente junto com 2016, confirmou a ONU nesta quinta-feira (14) e o mundo caminha para um “aumento catastrófico” do aquecimento neste século, afirma seu secretário-geral, Antonio Guterres.
De acordo com uma compilação de cinco grandes bases de dados internacionais realizada pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), agência da ONU, 2020 iguala 2016 como o ano mais quente no mundo, tudo isso durante uma década de temperaturas recordes.
Este aquecimento recorde foi alcançado apesar do resfriamento causado no fim do ano pelo fenômeno oceânico natural La Niña. Já 2016 foi marcado por um forte episódio do El Niño, fenômeno oceânico natural que gera um aumento das temperaturas.
“É extraordinário que as temperaturas de 2020 tenham sido praticamente equivalentes às de 2016, quando nesse ano vivenciamos um dos maiores aquecimentos atribuídos ao El Niño”, destaca o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas.
“Portanto, é evidente que a mudança climática induzida pelo homem é agora tão poderosa quanto a força da natureza”, acrescenta.
O episódio de La Niña, que começou no final de 2020, durará até meados deste ano. Seus efeitos costumam se acentuar em seus últimos meses, o que resta ver em qual medida o resfriamento produzido por La Niña poderia temporariamente frear a tendência geral ao aquecimento.
O ano 2020 terminou com 1,25°C acima do período pré-industrial “e vimos fenômenos meteorológicos sem precedentes em todas as regiões e todos os continentes”, destacou Antonio Guterres.
E alertou: “Estamos caminhando para um aumento catastrófico da temperatura de 3 a 5ºC no decorrer do século XXI”.
“Fazer as pazes com a natureza é a grande missão do nosso século. Deve ser a prioridade absoluta de cada um, em todo o mundo”, insistiu o chefe da ONU.
O Acordo de Paris tem como objetivo manter o aquecimento abaixo de +2°C, e se possível em +1,5°C. Segundo a OMM, há 20% de chances de que este aumento supere temporariamente os 1,5°C antes de 2024.