30/07/2020 - 9:18
O mundo superou nesta quinta-feira (30) a marca de 17 milhões de casos do novo coronavírus em plena aceleração da pandemia, que provocou uma série de anúncios de perdas para grandes empresas e uma queda recorde do Produto Interno Bruto (PIB) da Alemanha.
Seis meses após a declaração de emergência mundial por parte da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 31 de janeiro, a pandemia de COVID-19 provocou 667.361 mortes, de acordo com dados oficiais compilados pela AFP.
Estados Unidos, com 4.427.493 casos e 150.716 vítimas fatais, Brasil (2.552.265 casos e 90.134 mortes) e Índia (1.583.792 e 34.968 óbitos) são os três países mais afetados.
“Naquele momento, havia 98 casos e nenhuma morte em 18 países, sem considerar a China. Quatro países tinham evidências (oito casos) de transmissão entre humanos fora da China (Alemanha, Japão, Estados Unidos e Vietnã)”, afirmou a OMS em seu portal, ao recordar a data.
Atualmente, de acordo com a base de dados da AFP, 197 países registram casos e, nesta quinta-feira, o planeta superou a barreira de 17 milhões de contágios, um milhão a mais que o número contabilizado há apenas quatro dias e 6,5 milhões a mais que no início do mês.
Nos Estados Unidos, o epicentro está agora na Flórida, o terceiro estado mais populoso do país que, com 21 milhões de habitantes, registrou o recorde de 216 mortes em apenas um dia na quarta-feira.
Nesta quinta-feira, as autoridades fecharam os centros estaduais de testes do novo coronavírus, antecipando a chegada da tempestade tropical Isaías no fim de semana.
Os centros de exames dos condados permanecerão abertos. Um em cada 50 moradores do estado foi infectado pelo coronavírus, e a Flórida, que registra 6.333 mortes, contabiliza a cada dia quase 10.000 novos casos.
Na América Latina, a região do mundo com mais contágios, o Brasil reportou nas últimas 24 horas 1.595 mortes, o que eleva o total para 90.134, assim como 69.074 novos contágios.
Enquanto continua a minimizar a gravidade da situação, o governo do presidente Jair Bolsonaro decidiu reabrir na quarta-feira as fronteiras aos visitantes estrangeiros que viajam de avião, com a esperança de estimular a abalada indústria turística no país.
O Brasil fechou as fronteiras aéreas aos não residentes em 30 de março, no momento em que o coronavírus provocava estragos na Europa e na Ásia e acabara de chegar à América do Sul.
Em mais um sinal da aceleração da pandemia na região, o Peru superou na quarta-feira 400.000 casos de coronavírus, número que o México havia alcançado um dia antes.
– A economia sob fogo –
Além do custo humano, o novo coronavírus provoca um impacto catastrófico nas economias nacionais e nos números das grandes empresas, um panorama desolador para o emprego.
Nesta quinta-feira, a Alemanha anunciou que sofreu no segundo trimestre de 2020 uma queda histórica de 10,1% do PIB, consequência das medidas de restrição aplicadas para limitar a propagação da COVID-19, de acordo com os dados do Escritório Federal de Estatísticas (Destatis).
Este é o “pior retrocesso do indicador desde o início das medições trimestrais do PIB na Alemanha em 1970”, indicou o Destatis em um comunicado.
Áustria e Bélgica também anunciaram quedas importantes do PIB no segundo trimestre, de 10,7% e 12,2%, respectivamente.
A economia do México anunciou uma queda de 17,3% no segundo trimestre, o maior retrocesso já registrado, aponta a estimativa preliminar do Instituto Nacional de Estatística (INEGI).
Além disso, várias grandes empresas anunciaram resultados trimestrais e semestrais no vermelho.
A montadora francesa Renault registrou no primeiro semestre um prejuízo de 7,3 bilhões de euros (8,581 bilhões de dólares), o maior em sua história, devido à crise sanitária e às turbulências da sócia japonesa Nissan.
A pandemia não poupou quase nenhuma empresa.
A petroleira anglo-holandesa Royal Dutch Shell registrou perdas de 18,1 bilhões de dólares no segundo trimestre, o grupo espanhol de telecomunicações Telefónica anunciou queda de 51% no lucro no mesmo período, e o grupo de capital belga e brasileiro AB InBev, líder mundial do setor de cervejas, sofreu uma violenta queda no lucro entre abril e junho de 2020 (351 milhões de dólares, contra US$ 2,484 bilhões no mesmo período em 2019).
A fabricante europeia de aviões Airbus e a montadora alemã Volkswagen também anunciaram perdas de grande valor.
– Segundo dia da peregrinação a Meca –
Na Arábia Saudita, que tem um dos maiores focos da doença no Oriente Médio, um reduzido número de fiéis muçulmanos seguiu nesta quinta-feira para o Monte Arafat para pedir o perdão de Deus, um dos grandes momentos do Hajj, a tradicional peregrinação anual a Meca. Este ano, o ritual é marcado pelo uso de máscaras e pelo distanciamento físico.
As autoridades estabeleceram um cordão de segurança ao pé da colina, também chamada de Monte da Misericórdia, no âmbito das medidas de prevenção contra o coronavírus.
Os peregrinos, todos de máscara e distantes, foram levados de ônibus a partir do Vale de Mina. Depois da medição da temperatura, as pessoas acompanharam um sermão que foi traduzido para dez idiomas e, em seguida, subiriam o monte Arafat.
Este ano participam do Hajj apenas 10.000 pessoas residentes no país, contra 2,5 milhões em 2019.