28/11/2007 - 8:00
Em qualquer lugar do mundo, a pessoa que visitar um museu, retirar um quadro da parede e levá-lo para casa é presa na hora. Mais: é fichada como ladrão de obras de arte e, pelo menos na maioria dos países europeus, não consegue entrar em nenhum outro museu pelo resto da vida. Para toda regra, contudo, há uma exceção. E essa exceção se encontra na Áustria, mais precisamente em Viena, no Museum of Abruf, o MUSA. Ali, o cidadão que visita a imponente construção com um acervo de 16,5 mil obras de arte pode andar tranqüilamente, observar o quadro que lhe agrada e levar a tela para casa mediante o pagamento de um aluguel mensal. ?Desde que seja cidadão de Viena ou more na cidade?, disse à DINHEIRO Franz Thalmar, o relações- públicas do MUSA. É uma idéia de vanguarda que, por um lado, tem incentivado a produção e a criação dos novos artistas e, de certa forma, feito com que a população tenha uma relação ainda mais íntima com a arte produzida no país.
A iniciativa de criar esse serviço partiu da Prefeitura de Viena, que financia a compra dos quadros e subsidia o acesso à população. O que chama mais atenção nesse negócio é o valor de locação das telas. De todo o acervo, o MUSA dispõe de duas mil obras de arte para serem alugadas e cada uma sai por 2,5 euros, o equivalente a R$ 6,50, por mês. O dinheiro é usado apenas para pagar o seguro do quadro, nada vai para o museu. As regras para alugar as telas não são tão rígidas quanto parecem. Cada pessoa pode ficar com a obra de arte durante, no máximo, um ano e, para conseguir alugar um dos trabalhos da coleção do museu, basta apresentar a carteira de identidade e comprovante de residência. Um cidadão brasileiro pode alugar? ?É claro?, diz Thalmar. ?Se morar em Viena, poderá.? Fica a dica para os museus brasileiros.