O Museu Nacional tenta canalizar a comoção causada pelo incêndio do último domingo, 2, que destruiu boa parte de seu acervo, para angariar ajuda para a reconstrução. Instruções sobre como ajudar a instituição estão sendo compartilhadas pela Associação de Amigos do Museu, e uma conta do Banco do Brasil foi disponibilizada para receber doações.

As orientações incluem onde entregar fragmentos de peças do acervo que possam ter sido espalhadas por bairros próximos a São Cristóvão – pedaços foram encontrados em Vila Isabel e no Maracanã, por exemplo, conforme revelaram fotos exibidas em redes sociais.

Os fragmentos devem ser entregues à Biblioteca Central do Museu, no Horto Botânico, na Quinta da Boa Vista.

Quem tiver peças afins e cópias digitais que queira doar deve fazer contato pelo e-mail falecomdiretor@mn.ufrj.br.

Voluntários também devem mandar e-mail. Fotos do acervo podem ser enviadas pelo link museunacional.ufrj.br/memoria, para a “reconstituição do museu de forma digital”.

Manifestações em apoio ao museu também estão sendo estimuladas e podem ser reportadas por e-mail.

A conta que recebe depósitos é: Banco do Brasil/ Agência 3010-4/ Conta Corrente 60.618-9/ CNPJ 30024681/0001-99.

O e-mail sosmuseunacional@samn.org.br receberá comprovantes de depósito.

O pesquisador Paulo Buckup, um dos funcionários que entrou no meio das chamas para tentar salvar o que pudesse do acervo, disse que há muita gente se apresentando como voluntária e que museus e universidades da Suécia, Venezuela, Colômbia e Estados Unidos fizeram contato para se colocar à disposição.

“Temos que aproveitar o momento da mobilização. São muitas manifestações de solidariedade. As pessoas querem fazer qualquer coisa para ajudar, ficam muito tocadas pelo incêndio. Temos que nos organizar para receber essa ajuda, fazer o nosso dever de casa. O prédio vai demorar a ser liberado, então podemos usar ajuda no anexo ou no Horto Botânico”, disse Buckup.

Segundo ele, a quantidade de material retirada de dentro do prédio ainda é muito pequena, então é difícil avaliar o que restou. “O trabalho de retirada é praticamente arqueológico. O patrimônio a ser recuperado será mínimo”, definiu. “Tinha material osseológico, a baleia, os ossos de uma múmia indígena, não se pode retirar isso tudo sem um cuidado grande. Ainda tem o risco no prédio, é preciso que haja liberação da área pela Defesa Civil.”

A Fundação Oswaldo Cruz ofereceu espaço e equipamento para os pesquisadores poderem tocar suas atividades, contou Buckup.