O homem mais rico do mundo, Elon Musk anunciou a fusão do X (antigo Twitter) com a xAI, empresa de inteligência artificial (IA) generativa fundada pelo bilionário em 2023. O comunicado sobre a operação compartilhado em seu perfil na rede social afirma que as empresas foram avaliadas em US$ 33 bilhões e US$ 80 bilhões respectivamente.

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O anúncio ocorre em meio a uma concorrência acirrada com a OpenAI, que envolveu processos judiciais e até uma tentativa de compra da empresa. A OpenAI é responsável pela IA generativa mais popular do mundo, o ChatGPT.

“A empresa combinada proporcionará experiências mais inteligentes e significativas para bilhões de pessoas, mantendo-se fiel à nossa missão central de buscar a verdade e avançar o conhecimento. Isso nos permitirá construir uma plataforma que não apenas reflete o mundo, mas também acelera ativamente o progresso humano”, disse Musk sobre seu novo negócio.

Tanto o X como a xAI são atualmente empresas de capital fechado. Segundo Musk, a transação ocorrerá por meio de ações, provavelmente com acionistas do X recebendo papéis da xAI. Detalhes mais aprofundados, como a organização da liderança da nova empresa, não foram divulgados.

O X e a xAI

Fundada em março de 2023, a xAI é responsável pelo Grok, inteligência artificial que responde a questões publicadas em posts no X. O robô está disponível na rede social desde novembro do mesmo ano. Para acioná-lo, basta escrever “@grok” na postagem.

Já o X foi fundado em 2006 sob o nome Twitter e comprado por Musk em outubro de 2022 em uma operação de US$ 44 bilhões. Nos anos seguintes, a plataforma teve uma queda acentuada de valor em meio à saída massiva de anunciantes.

Em março de 2024, no entanto, o jornal Financial Times afirmou que o X retornou a avaliação de US$ 44 bilhões. O negócio de fusão com a xAI envolveria assim um débito que empresa possui no valor de US$ 12 bilhões.

A corrida de Musk pela inteligência artificial

A fusão entre X e xAI ocorre em meio a uma disputa travada por Elon Musk contra a OpenAI. A competição ganhou ares pessoais com trocas de farpas públicas entre os CEOs das comapnhias. Chegou ainda a incluir uma ação judicial movida por Musk  para impedir a concorrente de se tornar uma organização sem fins lucrativos. Em março de 2025, um juiz recusou o pedido.

Pouco antes, em fevereiro de 2025, o homem mais rico do mundo tentou comprar a OpenAI por US$ 97,4 bilhões. “A missão da OpenAI não está a venda”, respondeu o CEO e co-fundador da empresa, Sam Altman, que chegou a ironizar e afirmar que faria uma proposta de compra do X.

“Eu acho que ele [Elon Musk] está tentando nos desacelerar. Ele é obviamente um competidor. Ele está trabalhando bastante e já levantou muito dinheiro para a xAI”, seguiu Altman. “Eu queria que ele competisse apenas construindo um produto melhor, mas tem havido outras táticas, vários processos judiciais e todo tipo de coisa doida, agora isso.”

Elon Musk também participou da fundação da OpenAI em 2015, porém saiu do negócio em 2018, alegando conflitos de interesse com as pesquisas em IA feitas pela fabricante de carros elétricos Tesla, da qual Musk é CEO desde 2008.

Uma nota publicada no site da OpenAI oferece outra versão para o caso. “Elon queria que nos fundíssemos com a Tesla ou queria controle total. Elon deixou a OpenAI, dizendo que era necessário um concorrente relevante para o Google/DeepMind e que ele mesmo faria isso”, diz o texto.