11/05/2023 - 18:35
Bilionário confirma saída, diz que assumirá cargos na área técnica da empresa, mas não revela nome de sucessora. Rede social atravessou período turbulento desde que foi adquirida pelo criador da Tesla e SpaceX. O bilionário Elon Musk confirmou nesta quinta-feira (11/05) que vai deixar o cargo de CEO do Twitter dentro de algumas semanas. Ele disse que assumirá o papel de presidente executivo e diretor de tecnologia, sendo responsável pela supervisão dos produtos, software e outras operações da empresa.
“Empolgado em anunciar que tenho um novo CEO para o X/Twitter. Ela vai começar em aproximadamente seis semanas”, disse Musk em postagem na própria rede social, sem revelar o nome de sua escolhida, mas utilizando um pronome feminino ao se referir à nova liderança da empresa.
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A decisão deve aplacar as preocupações dos investidores da empresa de veículos elétricos Tesla – da qual Musk também é CEO – que viam como uma distração o trabalho do bilionário na rede social.
Essa inquietude não era sem razão: para compensar perdas do Twitter, Musk promoveu duas grandes vendas de ações da Tesla entre novembro e dezembro, no valor de 3,65 bilhões e 3,9 bilhões de dólares. Logo após o anúncio desta quinta-feira, as ações da automobilística subiram 2,4%.
Em dezembro, o sul-africano naturalizado americano afirmou que iria deixar o cargo tão logo encontrasse um substituto. O anúncio veio após uma enquete postada pelo próprio Musk no Twitter, na qual 57,5% dos 17,5 milhões de participantes responderam afirmativamente à pergunta: “Devo deixar o cargo de chefe do Twitter?”.
“Vou renunciar ao cargo de CEO assim que encontrar alguém tolo o suficiente para assumir o cargo. Depois disso, vou apenas comandar as equipes de software e servidores”, escreveu à época o milionário, que também é o criador da empresa aeroespacial SpaceX.
Acúmulo de controvérsias
Depois de meses de ações judiciais e discussões, Musk finalmente assumiu o controle do Twitter em outubro do ano passado, em um negócio no valor de 44 bilhões de dólares.
Nos meses seguintes, as decisões controversas se acumularam com Musk no comando da empresa, entre elas, a demissão de metade dos funcionários, o restabelecimento de contas bloqueadas, como a de Donald Trump e de figuras de extrema direita, o banimento temporário de vários jornalistas da plataforma, a proibição da promoção de mídias sociais concorrentes, enquanto o Twitter perdia milhões de dólares por dia.
Os prejuízos devem-se sobretudo à fuga de anunciantes, sintoma da preocupação com os altos e baixos da empresa devido às contínuas mudanças de mentalidade de Musk, e são tão graves que o bilionário chegou a dizer que a empresa “vai direto para a falência” caso a situação se prolongasse.
Parte significativa dos anunciantes chegou a abandonar o Twitter por considerar que a rede está repleta de perfis extremistas e discursos de ódio, enquanto Musk, que se autoproclamou “absolutista da liberdade de expressão”, exerceu censura contra vários jornalistas críticos, bloqueando seus perfis na plataforma, embora mais tarde ele tenha voltado atrás, após lançar outra “enquete do Twitter” sobre a questão.
rc (DPA, Reuters, DW)