O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), registrou queda de 0,7% em maio na comparação com o mês anterior, segundo dados dessazonalizados divulgados pelo BC nesta segunda-feira, 14.

A expectativa em pesquisa da Reuters para o resultado de maio era de estabilidade.

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O BC revisou os resultados do índice em abril (0,16% para 0,05%) e março (0,71% para 0,61%), e manteve a taxa de fevereiro em 0,60%. Mudanças na série com ajuste sazonal são comuns, normalmente refletindo a adição de um novo mês ao conjunto dos dados, mas a autarquia também revisou os números sem ajuste.

Na comparação com maio do ano anterior, o IBC-Br teve alta de 3,2%, enquanto no acumulado em 12 meses passou a um ganho de 4%, de acordo com números não dessazonalizados.

O IBC-Br é construído com base em proxies representativas dos índices de volume da produção da agropecuária, da indústria e do setor de serviços, além do índice de volume dos impostos sobre a produção.

A abertura dos dados do BC mostraram que em maio houve grande peso da Agropecuária, com queda de 4,2% do IBC-Br do setor sobre o mês anterior. O índice da indústria também teve desempenho negativo, de 0,5%, enquanto o índice de serviços ficou estagnado. Excluindo a Agropecuária, o IBC-Br apresentou recuo de 0,3%.

Perspectivas

“Claro que este é um resultado ruim, mas como costumo brincar: hoje a notícia ruim é que está bom. Logo a desaceleração pode indicar – finalmente – que a atuação do Banco Central pode estar surtindo efeito e com isso podemos ver acomodação na taxa de juros no começo do ano que vem”, avaliou o economista André Perfeito.

O Ministério da Fazenda divulgou nesta sexta-feira, 11, uma projeção de crescimento maior para o PIB (Produto Interno Bruto) de 2025. De acordo com o Boletim Macrofiscal, elaborado pela Secretaria de Política Econômica (SPE), a economia deve crescer 2,5% este ano, levemente acima dos 2,4% projetados em maio.

A expectativa do governo para o PIB do segundo trimestre, porém, é de desaceleração, para 0,6%, ante alta de 1,3% no trimestre anterior.

A mais recente pesquisa Focus realizada pelo Banco Central mostrou que a expectativa do mercado para a expansão do PIB em 2025 é de 2,23%, indo a 1,89% em 2026.