Ativistas, políticos e cidadãos em geral da África do Sul têm pedido o retorno de um enorme diamante de 500 quilates, conhecido como a Grande Estrela da África ou Diamante de Culinan, ao país.

O problema é que a joia integra um cetro que pertencia à rainha Elizabeth II, falecida recentemente.

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Com sua morte, o direito de propriedade do diamante pela família real voltou a ser fortemente debatido, com muitos vendo nele uma representação do colonialismo britânico.

“O Diamante de Culinan deve ser devolvido à África do Sul imediatamente. Os minérios de nosso país e de outros países continuam a beneficiar o Reino Unido às custas do nosso povo”, afirmou o ativista Thanduxolo Sabelo ao “Sunday Times”, site de notícias sul-africano.

Além disso, mais de 6.300 pessoas assinaram uma petição virtual pedindo o retorno da joia à África do Sul.

Também um membro do parlamento sul-africano, Vuyolwethu Zungula, pediu pelo Twitter o retorno do diamante e exigiu reparações pelos prejuízos causados pelos britânicos.

Presente ou apropriação?

Do outro lado, os britânicos não parecem estar dispostos a abrir mão do enorme e belo diamante.

De acordo com o Royal Collection Trust, que administra a coleção de joias, quadros e outros itens que compõem a “coleção real” da monarquia britânica, o diamante foi um presente recebido pelo rei Eduardo VII, rei britânico entre 1901 e 1910.

Nesta época, o país ainda era um verdadeiro império e, além da própria África do Sul, tinha uma lista considerável de territórios sob seu comando, incluindo Índia, Egito e Austrália.

O rei teria recebido a Grande Estrela da África em 1907, dois anos após ele ser descoberto em uma mina de propriedade privada na África do Sul.

Por conta disso, não houve nenhuma manifestação até agora de qualquer interesse por qualquer autoridade ou membro da família real de retornar a joia a seu país de origem.

Discussão em aberto

Em resumo, o Diamante de Culinan continua provocando controvérsias e levantando sentimentos opostos em dois países bem diferentes.

Na África do Sul, como símbolo de opressão e do passado colonialista que o país em desenvolvimento quer superar.

No Reino Unido, como símbolo do império e da grandeza que ele tinha antigamente, assim como da falecida rainha Elizabeth II, que ainda é bastante popular.