29/04/2009 - 7:00
QUEM BUSCA RETORNOS consistentes sem muitos des- vios de rota obrigatoriamente passa por um caminho: a renda fixa. Os fundos DI e de renda fixa são o contrapeso das sempre perigosas cur- vas da renda variável. No ano passa- do, eles apertaram o cinto e foram com segurança até a linha de chegada dos resultados, sem se preocupar com a velocidade. em vez da prova rápida, esses fundos de investimento tem como característica principal a regula- ridade. Aliás, essa é a função desse investimento conservador: ser cam- peão em resistência. e para escapar das armadilhas no caminho recorre- ram a uma estratégia que serviu de atalho para fugir das condições adver- sas do terreno. Com a queda dos juros nos títulos públicos para a casa dos 11,25% ao ano (Selic), os títulos priva- dos, como Certificados de Depósito Bancário (CDBs), debêntures e Certificados de Recebíveis Imobiliários (Cris), foram o mapa que guiou os gestores debaixo da trovoada.
O Itaú Unibanco teve o resultado mais consistente entre os fundos con- servadores. O banco ainda não expe- rimentou por completo a união das equipes de gestão de investimentos das duas casas, fato que só começou a acontecer neste primeiro trimestre. Mas, somadas, elas têm 30% dos 60 melhores fundos (ver tabelas ao lado) no período de 12 meses. O grande diferencial foi a acertada escolha de determinados papéis. Alguns retor- nos chegaram até a 107% do CDI. “Se não tivéssemos os títulos priva- dos, os resultados teriam sido bem abaixo dos atingidos”, diz Érico Capelo, superintendente de trading do Itaú. O Private exclusive FIC Referenciado DI, primeiro na categoria até R$ 10 mil de aplicação míni- ma, manteve uma boa porcentagem desse tipo de ativo na carteira. Os gestores estenderam a estratégia para os outras carteiras.
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Fundos com crédito privado podem ser reconhecidos pelo nome. São sete fundos com essas características. É o caso do Mercatto Top Qualificado FI RF Crédito Privado, que obteve o melhor risco-retorno entre os fundos de renda fixa com aplicação acima de R$ 50 mil. Na carteira do mês passa- do, 84% do patrimônio estava em debêntures e CDBs. Como ele, o BP FI Renda Fixa Crédito Privado, pri- meiro entre as aplicações de R$ 10 mil a R$ 50 mil, e único fundo aberto pela BP Asset Management, concentra mais da metade da carteira em crédito privado. e nem aqueles fundos que têm como característica principal os títulos públicos conseguiram escapar dessa estratégia. O Pátria FI Referenciado DI é um deles. No ano passado, os CDBs de grandes bancos ganharam espaço. em alguns momen- tos, chegaram a 30% da carteira.
E o que esperar para este ano? A continuidade do crescimento dos títu- los privados nos fundos. O investidor, porém, não pode esperar retornos tão exuberantes quanto os do ano passado. Mas os gestores vêem a possibilidade de encontrar papéis de empresas de boa qualidade que ren- dam até 103% do CDI. “O retorno dos juros privados continuará em alta”, afirma Capelo. Outro ponto a favor foi o aumento da garantia para os Certificados de Depósito Bancário (CDBs) no final de março para R$ 20 milhões. “O CDB com o fundo garantidor aumentará a oferta”, diz Marcelo Xandó, diretor da Verax Serviços Financeiros.
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Mais do que nunca, o investidor precisa adequar seus investimentos aos diferentes tipos de terreno de um rali. É preciso estar atento ao desempenho do DI. Como um bom investimento de regularidade, ele não pode desgrudar do CDI. Caso contrário, é sinal de que o gestor pode estar com o pé um pouco mais pesado no acelerador. “O DI é a preservação de capital. Ninguém vai ficar rico com ele”, reforça Xandó. Nessa corrida disputada, ganhe desempenho com os fundos de renda fixa. Baseie-se na equipe de gestão. É ela quem fará escolhas para que o retorno fique acima do CDI. Mas, sobretudo, faça o acerto ideal para chegar na bandeirada com o carro inteiro, de preferência sem avarias, e com o resultado esperado. “Diversificação é sempre a palavra-chave”, diz Ronaldo Patah, superintendente de renda fixa do Itaú.