18/02/2022 - 4:00
Um velho ditado garante que há poucas felicidades maiores do que a de encontrar o que não se havia perdido. Agora, 28 milhões de brasileiras e brasileiros poderão ter a satisfação de encontrar R$ 8 bilhões que, teoricamente, não haviam perdido. A alegria vai depender de uma ajuda do Banco Central (BC). Depois de um início tumultuado, o Sistema de Valores a Receber (SVR) do BC entrou no ar na segunda-feira (14). Até as 18 horas da quarta-feira (16), segundo o BC, os dados referentes a 89,6 milhões de CPFs e CNPJs haviam sido consultados. No entanto, ainda segundo as estimativas da autoridade monetária, o sistema espera mais 10,3 milhões de consultas.
Lançado em janeiro, o SVR transformou a sisuda página do BC na internet em um endereço eletrônico tão popular quanto as redes sociais, o que derrubou os servidores e deixou a autoridade monetária fora do ar por alguns dias. Com uma infraestrutura reforçada, o SVR levou quase um mês para voltar a funcionar. A reportagem da DINHEIRO realizou três pesquisas. O sistema é fácil de operar e funciona bem. No entanto, a recuperação do dinheiro não é imediata.
Nesta primeira fase, o BC apenas informa se existem ou não recursos a receber. Para solicitar o resgate será preciso esperar o período de agendamento, que vai dos dias 7 a 25 de março, dependendo da data de nascimento da pessoa ou da data de fundação da empresa. E o resgate exige que o proprietário dos recursos se cadastre no aplicativo Gov.br. Os R$ 8 bilhões que estarão disponíveis têm origens diversas. Podem ser saldos de contas que foram encerradas à revelia do correntista, ou então tarifas de serviços ou taxas de empréstimos cobradas a mais.
FRAUDES Como não poderia deixar de ser, a iniciativa do BC mobilizou os amigos do alheio. Um levantamento da empresa de cibersegurança Kaspersky Labs indica que, na quarta-feira (16) já havia pelo menos 30 páginas falsas na internet para roubar as vítimas.
Os sites maliciosos mostram valores que poderão ser resgatados imediatamente, ou prometem tornar mais ágil o processo junto ao BC. A intenção é obter dados pessoais e credenciais financeiras de modo a furtar dinheiro das vítimas. Segundo a Karspersky Labs, os golpistas estão solicitando autorização para enviar notificações pelos navegadores dos celulares, de modo a alcançar mais vítimas em potencial. Convém seguir as recomendações de jamais informar seus dados a ninguém fora do site do BC.
