26/03/2018 - 8:33
L., Comerciante de 38 anos, morador da Vila Kennedy:
“Quando o presidente (Michel) Temer anunciou a intervenção, ninguém na Vila Kennedy imaginou que o ‘laboratório’ seria lá. Uma semana depois, veio a primeira operação. E depois outra, e mais outra, quase todo dia. Logo no primeiro dia teve aquele fichamento dos moradores, como se todos nós fôssemos bandidos. O que a gente mais deseja são serviços, não força de segurança. Não é arma que vai resolver nosso problema.
A Clínica da Família não tem remédio. Nos colégios, faltam professores. No início, apoiamos a intervenção, porque achamos que era por tempo indeterminado. Mas eles dão expediente e vão embora.
No dia 4 de março, os militares retiraram barricadas do tráfico e, quatro horas depois, traficantes puseram de volta. Parece gato e rato.
Os poucos resultados mostram que eles (os militares) não estavam preparados. No meio disso, a gente se assustou com a forma com que a Marielle foi executada, como a voz dela foi calada. Parece que matando a vereadora, mataram cada favelado também”
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.