Os portugueses do Douro, ao norte do Portugal, se referem às vinhas velhas como “field blend”. Na tradição da região, as vinhas velhas, muitas com mais de 60, 80, quase 100 anos, foram plantadas com as cepas misturadas, sem se saber ao certo a porcentagem de tinta roriz, touriga nacional, touriga franca ou sousão, para citar apenas as variedades mais conhecidas, no vinhedo. E, quando maduras, são colhidas juntas. Assim, a porcentagem de cada uva na bebida final é definida no campo, pelas próprias videiras. 

Apostar na sabedoria destas vinhas me parece ainda mais sábio quando sou colocada no desafio de criar o blend de um vinho. Viver na prática uma parte do trabalho do enólogo desafia. Revela a dificuldade de mesclar vinhos, muitas vezes recém fermentados, e dali conseguir uma bebida melhor e mais complexa do que num varietal. E este foi um dos desafios de um grupo de jornalistas que visitou o Douro na semana passada. Fomos divididos em quatro grupos: o brasileiro, formado por Ricardo Castilho e por mim, o anglo-saxão, com dois jornalistas desta região do globo, outro com dois holandeses, e um feminino, formado por duas austríacas e uma chinesa de Hong Kong.
 

Leia mais na coluna de Suzana Barelli.