10/11/2017 - 13:15
A deputada estadual Manuela D’Ávila (PCdoB-RS) nega que sua pré-candidatura ao Palácio do Planalto tenha sido lançada para futuramente o partido reivindicar a vaga de vice do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ela fala em “debate de futuro”, ao ser questionada sobre aliança com partidos que apoiaram o impeachment de Dilma Rousseff, e afirma que “não há razão para o mercado se assustar” com seu partido. Leia os principais trechos de entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo:
Sua candidatura é para valer ou pode haver uma composição com PT e você ser vice do Lula?
O PCdoB tem 95 anos e só lançou candidato em duas ocasiões: em 1930, no Bloco Operário e Camponês, e em 1945. Não é do nosso feitio fazer política para se valorizar. Achamos que, com a ruptura democrática do ano passado, surgiu momento de um novo ciclo. Ninguém com responsabilidade lança uma candidatura à Presidência para ser vice. Nossa candidatura é para valer. Tem segundo turno.
Como avalia as críticas de setores do PT de que sua candidatura divide a esquerda?
Nosso partido tem a tradição de defender a frente ampla. Mas, para unir as forças, é preciso primeiro discutir os programas. A eleição brasileira ocorre em dois turnos. A frente ampla não é só com partidos de esquerda, mas com a sociedade.
Lula então não é o melhor candidato para liderar a frente?
Na nossa avaliação, o PCdoB pode apresentar uma candidatura para conversar sobre a frente ampla.
O PCdoB vai fazer alianças com partidos fora do campo da esquerda e que apoiaram o impeachment da Dilma?
Essa eleição é um momento de debate do futuro do País. Nós caracterizamos o que aconteceu como uma golpe institucional. A partir disso, achamos que essa eleição é um momento de debate de futuro, não de passado.
O PCdoB é um partido que assusta o mercado. Pretende reverter isso?
Não há razão para o mercado se assustar com o PCdoB. Vamos procurar os setores econômicos vinculados à indústria nacional. O PCdoB é um partido sério.
Vai reverter a reforma trabalhista se for eleita?
Vamos defender referendos revogatórios sobre algumas medidas. A reforma trabalhista é uma delas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.