Uma nova animação, liberada recentemente pela da NASA, ressalta o aumento perturbador do nível do mar nas últimas três décadas. Os dados de satélite, acumulados desde 1993, foram transformados em uma visualização impactante por Andrew J. Christensen, um especialista em visualização de dados da agência espacial.

Desde que a coleta começou, o nível do mar subiu mais de nove centímetros — aproximadamente o comprimento de uma mão. Este aumento pode parecer pequeno, mas a visualização, com água batendo contra uma janela, torna as consequências palpáveis.

+ Camadas de gelo da estão derretendo e elevando o nível do mar, segundo dados de satélite

Durante este mesmo período, grandes empresas como a ExxonMobil continuaram a produzir combustíveis fósseis apesar dos conhecidos efeitos climáticos devastadores. As comunidades costeiras já estão sentindo os impactos destas emissões.

A não ser que as emissões sejam drasticamente reduzidas para zero, espera-se que milhões de pessoas sofram com o avanço dos mares sobre suas cidades costeiras.

A fim de dar vida aos dados brutos e destacar os perigos reais das mudanças climáticas, a agência espacial criou uma animação cativante. Ela representa o aumento do nível do mar ao longo dos anos através da metáfora visual de olhar para uma vigia de navio.

Os oceanos absorvem cerca de 90% do calor que nós humanos adicionamos ao sistema. Conforme aquecem, expandem seu volume e aumentam ainda mais o nível das águas. Este processo é acelerado pelo derretimento das camadas polares e ondas tempestuosas intensificadas pelo aquecimento global.

Karen St. Germain, diretora da Divisão de Ciências da Terra da NASA argumenta que “temos essa visão clara do recente aumento do nível do mar” graças à coleta sistemática feita pelos satélites nos últimos trinta anos.

Segundo Matthew England, oceanógrafo e cientista climático da Universidade Nova Gales do Sul (Sydney), “ao absorver todo esse calor”, os oceanos podem criar um falso senso ​​de segurança quanto à velocidade das mudanças climáticas”.

Zachary Labe, cientista climático da Universidade Princeton, compartilhou a alarmante animação no Twitter como parte da série “Sinais Vitais” da NASA. Esta série compara as alterações ambientais globais aos sinais vitais humanos como temperatura corporal ou frequência respiratória.

Outros estudos também têm chamado atenção para as condições preocupantes na superfície oceânica. No Atlântico Norte estão sendo registradas temperaturas jamais vistas tão cedo no ano abrangendo milhões de quilômetros quadrados segundo Colin McCarthy – estudante na Universidade California (Davis).

Farhana Sultana – pesquisadora focada na governança hídrica e justiça climática na Universidade Syracuse – acrescentou que tamanha instabilidade gerará desafios cada vez mais caóticos para nosso planeta.

Espera-se que visualizações como estas tragam consciência sobre as ameaças iminentes às quais todos nós estamos sujeitos e inspirem soluções eficazes diante desta crise.