03/02/2019 - 11:39
Da Redação, com Agências
União Europeia (maior economia global de forma conjunta) e Japão (quarta maior) passam a viver sob a maior zona de livre comércio do mundo, Tratado que passou a vigorar sexta-feira (1). Quase todas as tarifas comerciais foram removidas ou começaram a ser reduzidas. Apenas em impostos as empresas europeias deixarão de pagar 1 bilhão de euros por ano. O acordo abrange 635 milhões de pessoas e quase um terço da economia mundial.
No setor automotivo, de especial interesse do Japão, a UE eliminará as tarifas dentro de um período de transição de sete anos. A UE atualmente impõe uma tarifa de 10%, que será reduzida a zero, sobre os carros japoneses. Pelo lado europeu, o setor de alimentação terá no Japão um de seus maiores mercados a partir de agora. O mercado de serviços será aberto, incluindo setores financeiros, de comércio eletrônico, telecomunicações e transporte. O Tratado inclui ainda legislação sobre desenvolvimento sustentável, regras trabalhistas e proteção ao consumidor.
A Comissária de Comércio da UE, Cecilia Malmstrom, disse à Deutsche Welle que “o acordo mostra ao mundo que continuamos convencidos pelos benefícios do livre comércio aberto”, num claro recado à política americana sob Donald Trump. “Este acordo é o exemplo perfeito de que construir pontes é melhor do que erguer muros”, disse à Deutsche Welle Pierre Gattaz, presidente da BusinessEurope.
Atualmente, a balança comercial entre eles é equilibrada. A EU exporta 58 bilhões de euros em bens e 28 bilhões de euros em serviços ao Japão (86 bilhões de euros no total) enquanto as empresas japonesas exportam 69 bilhões de euros em bens e 18 bilhões de euros em serviços para a UE anualmente (87 bilhões de euros no total).
As negociações começaram em 2011, e ganharam status de oficial dois anos depois. Depois de um período morno, elas recuperaram força em 2017 – muito por causa da chegada de Donald Trump à Casa Branca, em 2016, colocando em prática políticas comerciais protecionistas e encerraram as negociações em dezembro. No ano passado o acordo foi finalmente assinado para ser iniciado em fevereiro deste ano.