30/09/2016 - 18:04
A irmã da jovem que acusava Nate Parker de estupro antes de se suicidar qualificou como “perversa” a ideia de incluir uma cena de agressão sexual no filme “The Birth of a Nation”, a tão esperada primeira produção do cineasta negro.
Parker e seu corroteirista Jean Celestin foram acusados de ter estuprado uma estudante em 1999, quando ambos compartilhavam um quarto na Universidade Penn State.
“Como irmã, o que me dá mais pena é que ao contar a história da revolta de escravos conduzida por Nat Turner inventaram uma cena de estupro”, escreveu Sharon Loeffler na revista Variety.
“O estupro da mulher de Turner é usado para justificar a revolta de Turner” quando “se trata de ficção”, assinalou.
“Considero terrível e perverso que Parker e Celestin incluam uma cena fictícia de estupro e que Parker interprete o papel de um herói que vê” essa agressão, destaca.
Parker, de 36 anos, foi absolvido em 2001, e Jean Celestin foi condenado a seis meses de prisão, sentença que foi anulada pelo Tribunal de Apelações, após sua acusadora, cuja identidade nunca foi formalmente revelada, negar-se a depor novamente.
O caso voltou a ocupar as primeiras páginas depois que a Variety revelou, em agosto, que a jovem havia se suicidado em 2012 em uma clínica de reabilitação.
Adquirido pela Fox Searchlight por US$ 17,5 milhões, “The Birth of a Nation” ganhou o grande prêmio do júri no Festival Sundance e se tornou um dos favoritos ao Oscar.
O filme foi programado para competir em setembro no Festival de Toronto e estreará na América do Norte em 7 de outubro.