15/04/2022 - 15:15
O cruzador russo Moskva foi atingido por dois mísseis ucranianos antes de afundar no Mar Negro, declarou nesta sexta-feira (15) um funcionário do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, que classificou o ocorrido como um “duro golpe” para a Rússia.
“Estimamos que [o navio] foi atingido por dois [mísseis] Neptunes”, disse aos jornalistas o funcionário do Pentágono, que pediu anonimato. Com essa declaração, a fonte desmente a versão de Moscou, que garante que a embarcação sofreu “danos graves” por causa de um incêndio e depois naufragou.
+ Produção de petróleo da Rússia cai 7,5% na primeira quinzena de abril, diz Interfax
+ Rússia ataca fábrica de mísseis perto de Kiev em resposta ao naufrágio do navio ‘Moskva’
Contudo, o funcionário americano não confirmou a versão de que o exército ucraniano teria distraído a defesa do Moskva com um drone em uma das laterais do barco, enquanto os mísseis de cruzeiro antinavio Neptune o atingiam pelo outro lado.
“Acreditamos que houve vítimas, mas é difícil saber quantas”, disse, ao acrescentar que os Estados Unidos têm conhecimento de que os sobreviventes foram resgatados por outros barcos russos na região.
A Rússia, que não reconhece oficialmente que o Moskva afundou por consequência de um ataque ucraniano, anunciou que a tripulação havia sido retirada.
“Simbolicamente, é um duro golpe”, acrescentou a fonte. Porém, sobretudo, a perda do Moskva, um dos três cruzadores da classe Slava que pertencem à Rússia, “cria um vazio nas capacidades militares” no sul da Ucrânia, onde o presidente Vladimir Putin decidiu concentrar, a partir de agora, suas operações e próxima ofensiva.
Em virtude da Convenção de Montreux, “a Turquia não autoriza as embarcações de guerra a entrar no Mar Negro, e [os russos] não poderão substituí-lo por outro navio da classe Slava”, explicou.
Ancara controla o acesso ao Mar Negro por meio do Tratado de Montreux, firmado em 1936, que garante a livre circulação nos estreitos de Bósforo e Dardanelos, mas permite o bloqueio de navios militares nessa região em caso de guerra, a não ser que as embarcações tenham que retornar para suas bases.
O afundamento do Moskva poderia levar a marinha russa a ser mais prudente na guerra na Ucrânia, opinou o funcionário do Pentágono.