Mensagens interceptadas pela Polícia Federal no celular do ex-presidente da OAS, José Aldemario Pinheiro Filho, conhecido como Léo Pinheiro e preso da Operação Lava Jato acusado de participar do esquema de cartelização de obras e pagamento de propinas em contratos na Petrobras revelam que um assessor do deputado federal Celso Russomanno (PRB) procurou o empreiteiro um ano antes da eleição de 2014 “para falar sobre apoio”. O parlamentar foi o deputado federal mais votado em São Paulo, com mais de 1,5 milhão de votos, e já se apresenta como candidato do partido à Prefeitura de São Paulo nas eleições de 2016.Na mensagem, Marcos Ramalho, que é funcionário da OAS, avisa que foi procurado por Odilon Manoel Ribeiro, assessor jurídico de Russomanno nas eleições de 2014, para falar com o dono da empreiteira sobre “apoio” ao parlamentar. Ramalho se dirige ao patrão como “Dr Leo” – José Aldemario Pinheiro Filho é conhecido como Leo Pinheiro.”Dr Léo, ligaram para o senhor hoje: dr Odilon – assessor de C. Russomanno. Recado: para falar sobre apoio”, escreveu Ramalho ao empreiteiro, na mensagem de texto enviada no dia 12 de julho de 2013.A OAS não aparece como doadora da campanha de Russomanno em 2014 na prestação de contas apresentadas por ele à Justiça Eleitoral. Procurado, Odilon Manoel Ribeiro disse que “nunca conversou” com o presidente da OAS e que só conhecia Léo Pinheiro pela imprensa.”Conheço (Léo Pinheiro) de ouvir falar. Nunca estive com ele. Só conheço ele pela imprensa. Nunca conversei com ele, nem por telefone”, afirmou o assessor de Russomanno. A reportagem também procurou o deputado, mas não obteve respostas até a noite desta quinta-feira, 16.