05/12/2013 - 5:59
O ex-presidente sul-africano, Nelson Mandela, morreu nesta quinta-feira 5, aos 95 anos, em sua residência, em Johannesburgo. Mandela passou quase três meses internado para tratamento de uma infecção pulmonar e estava em casa desde o dia 1º de setembro. Madiba, como era carinhosamente chamado pelo povo de seu país, foi o primeiro presidente negro da África do Sul. Assumiu o cargo em 1994 e governou até 1999. Esteve preso por 27 anos sob o regime do apartheid. Em 1993, dividiu o Prêmio Nobel da Paz com o também ex-presidente sul-africano, Frederik de Klerk, pelos esforços em trazer estabilidade ao país. A última aparição pública de Mandela ocorreu na final da Copa do Mundo, em 2010, na África do Sul.
MANDELA: ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 1993
Além do legado humano e social, Mandela contribuiu para a economia de seu país. Com estabilidade política, a África do Sul tornou-se a nação mais rica do continente africano e representa hoje, algo em torno de 18% da riqueza do continente, com PIB de US$ 416 bilhões.
É responsável pela produção de 45% dos minérios da região com destaque para ouro e diamante. Os setores: financeiro, energia, comunicações e transporte são os mais desenvolvidos.
Apesar da desigualdade social, ainda um sério problema para os sul-africanos, o país está na 45º posição do ranking de competitividade do Fórum Econômico Mundial. Na agricultura é responsável pela produção de cana de açúcar, milho, trigo, batata e uva.
Já na área de mineração, além de ouro e diamante, os sul-africanos produzem platina, carvão e urânio. O turismo também é uma importante fonte de receita para o país e a China é o principal parceiro comercial do país, seja na área de importação ou exportação.
Os sul-africanos produzem ouro, diamante, platina, carvão e urânio
Relações com o Brasil
Segundo o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, em artigo falando sobre a relação dos dois países, a corrente de comércio bilateral entre Brasil e África do Sul cresceu de US$ 659 milhões, em 2002, para US$ 2,6 bi, em 2011.
Desde o governo Lula, o Brasil possui uma agenda de cooperação com a África do Sul, que implica em compra e venda de mercadorias, além da instalação de empresas brasileiras na área da construção civil e serviços.
No campo das tecnologias de produção agropecuária, a Embrapa e a Agricultural Research Council (África do Sul) iniciaram uma agenda de cooperação técnica em 2009 que busca reforçar e avançar os processos de pesquisa dos dois países.
Desde o ano 2000, a Marcopolo atua com uma fábrica no distrito de Germiston, em Joanesburgo, em 2010, a BRF abriu um escritório na mesma cidade. Já a Vale, possui, desde 2009, um escritório de pesquisa mineral em sociedade com a African Rainbow Minerals em um negócio de US$ 81 milhões. A Camargo Corrêa também possui escritório e obras no país.
Dos produtos que o Brasil exporta para a África do Sul estão Veículos e autopeças (US$ 368,4 milhões); Carnes (US$ 144,1 milhões); Fumo (US$ 61,2 milhões) e Arroz (US$ 31,9 milhões).
Copa de 2010
Com frequência utilizada como comparação pelo Brasil, a Copa do Mundo realizada na África do Sul, em 2010, foi motivo de muita comemoração, mas também de polêmicas. O governo gastou aproximadamente R$ 3,8 bilhões com obras. Quantia que ultrapassou em dez vezes o valor previsto inicialmente, quando a África do Sul era candidata a sediar o campeonato, valor estimado em R$ 370 milhões.
A vuvuzela ficou famosa na Copa da África do Sul
Dos dez estádios que receberam jogos do Mundial, pelo menos oito custaram mais que o esperado. A reforma do Ellis Park, de Joanesburgo, por exemplo, custou 400% mais que o previsto. Já a construção do novo Green Point, da Cidade do Cabo, superou em 175% seu orçamento.
Empresas sul-africanas
O país possui grandes companhias como a estatal Denel Aerospace, fabricante de armamentos e veículos aéreos não tripulados. Além da Naspers, conglomerado de mídia que possui investimentos no Brasil nos segmentos de mídia e comércio eletrônico. Além da African Rainbow Minerals, uma das maiores mineradoras do país.
Os sul-africanos também contam com a presença de start-ups, como a PriceCheck, ferramenta utilizada pela BlackBerry e a biNu, um aplicativo para celular que aumenta a velocidade de conexão do aparelho.
*Com informações da AFP e Agência Brasil