13/01/2016 - 18:52
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que quer reforçar sua autoridade política, conseguiu ser declarado, nesta quarta-feira, candidato único às primárias de seu partido de direita, o Likud.
As primárias, que deveriam ser celebradas em 23 de fevereiro, foram suspensas devido à falta de adversários.
Netanyahu comanda o governo israelense desde 2009 e o Likud desde 2005.
Seus opositores denunciaram uma campanha inútil e cara (quatro milhões de shequels, um milhão de dólares), destinada a confirmar seu poder político.
Netanyahu “assegurou-se de ser o único candidato”, avalia Gayil Talshir, professor de ciências políticas da universidade hebraica de Jerusalém.
“Queria se assegurar de que fosse o único, de ser o chefe do Likud antes das próximas eleições”, acrescentou.
No sistema eleitoral proporcional israelense, os chefes de fileiras dos partidos representados na Knesset (Parlamento) são os candidatos automáticos ao cargo de primeiro-ministro.
Netanyahu, de 66 anos, é o líder absoluto da direita israelense. Ele conseguiu afastar todos os seus rivais e acumula os cargos de ministro das Relações Exteriores, Economia e Interior, além do de primeiro-ministro.
Em dezembro, por ocasião das eleições ao comitê central do Likud, conseguiu antecipar as primárias, deixando muito pouco tempo para que seus adversários pudessem organizar uma campanha.
No domingo, data limite para a apresentação de candidaturas, confirmou ser o único candidato.
Muitos analistas afirmam que Netanyahu se empenha em celebrar primárias para que sua legitimidade não possa ser questionada.
Mas as pesquisas não são muito favoráveis para ele, que conta com apenas 32% de opiniões satisfatórias entre os israelenses.
A opinião pública o critica pela incapacidade de por um fim à onda de ataques de palestinos, particularmente com armas brancas, desde o início de outubro.
O Likud domina a política israelense com ampla vantagem sobre os rivais de esquerda da União Sionista.
mjs-dms/lal/hj/erl/ra/jz/mvv