Premiê israelense assegura na TV que guerra com o Hamas continuará, mas parte das tropas será transferida para o norte, à medida que se acirra o conflito com o movimento Hisbolá do Líbano.Numa longa entrevista na televisão, neste domingo (23/06), o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, comentou sobre a intervenção militar em Rafah, a cidade mais ao sul da Faixa de Gaza.

“A fase intensa de combate ao Hamas está prestes a terminar”, porém “isso não significa que a guerra esteja chegando ao fim, mas a guerra em sua fase intensa está prestes a terminar em Rafah”, declarou.

Segundo ele, menos tropas seriam necessárias no território palestino, ficando liberadas para combater o movimento fundamentalista islâmico Hisbolá , sediado no Líbano e apoiado pelo Irã, no norte de Israel.

“Vamos ter a possibilidade de transferir algumas das nossas forças para o norte, e é o que vamos fazer. Antes de tudo, para a defesa”, disse o premiê ao Channel 14, acrescentando que a operação permitirá que dezenas de milhares de israelenses deslocados pelos ataques do Hisbolá voltem para casa.

Plano pós-guerra para Gaza em questão

O Hisbolá começou a atacar Israel quase imediatamente após os atos terroristas do Hamas de 7 de outubro de 2023, que foram o estopim da invasão de Gaza. Desde então, Israel e o Hisbolá têm trocado fogo quase diariamente, e nas últimas semanas cresceram os temores de uma guerra total.

Netanyahu disse esperar que se encontre uma solução diplomática para a crise, mas prometeu que resolverá o problema “de modo diferente”, se necessário: “Podemos lutar em diversas frentes, e estamos preparados para fazê-lo.”

Netanyahu também disse que concorda com um “acordo parcial” que garanta a libertação dos 116 reféns restantes ainda em cativeiro, mas que segue comprometido com “o objetivo de destruir o Hamas”. Um cessar-fogo permanente é uma das exigências do Hamas nas negociações de trégua.

Indagado sobre eventuais cenários de pós-guerra para o território palestino, o premiê afirmou ser “claro” que seu país manterá “o controle militar no futuro previsível”: “Também queremos criar uma administração civil, se possível com palestinos locais”, além de respaldo regional “para gerir o abastecimento humanitário e, mais tarde, assuntos civis da Faixa”, prometeu.

No início de junho os ex-líderes militares Benny Gantz e Gadi Eisenkot, ambos membros do gabinete de guerra de Netanyahu, agora dissolvido, saíram do governo, justificando sua decisão com a falta de um plano pós-guerra.

av/as (AP,AFP)