A busca por financiamento no Brasil voltou a subir em fevereiro após cair 10% em janeiro. No período, o Índice Neurotech de Demanda por Crédito (INDC) cresceu 2%. Na comparação com o segundo mês de 2021, contudo, a alta foi mais expressiva, de 21%.

Apesar da expansão do INDC, o momento é de muita incerteza, o que tende a impactar mais na concessão do que na demanda por crédito, avalia o diretor de Produtos e Sucesso do Cliente da Neurotech, Breno Costa.

 Abono salarial de 2019 esquecido por trabalhadores já pode ser pedido

“Estamos atravessando um período de turbulência global, além da conjuntura econômica local, que não é nada boa. O brasileiro tem apetite por financiamento, porém as instituções estão mais reticentes quanto aos reflexos dessa movimentação nas operações das empresas e na renda das famílias, o que impacta diretamente nas percepções de risco”, avalia.

O setor de serviços continuou puxando a procura por financiamento, com procura por financiamento crescendo 134% em fevereiro em relação ao mesmo mês do ano passado. No entanto, no confronto mensal, houve queda de 2%.

Além deste setor, o indicador da Neurotech mede mensalmente o número de solicitações de crédito nas categorias de varejo e bancos. No varejo o INDC subiu 22% no segundo mês de 2022 ante janeiro e 44% na comparação interanual. Já a busca por crédito no segmento financeiro teve aumento de 1% em fevereiro contra o mesmo mês de 2021.

Apesar das incertezas, o mercado está mais preparado para lidar com este cenário, afirma Costa. Conforme o executivo, essa é a principal diferença do quadro atual em relação ao início do ano passado, quando a pandemia de covid-19 dava sinais de agravamento e levou ao fechamento do comércio e isolamento social.

“Houve um período grande de aprendizado, em que as instituições passaram a usar novas tecnologias e conceder crédito, o que ajuda a reduzir os riscos de inadimplência”, reforça.

Segmentos

No varejo, a demanda por crédito no segmento de eletroeletrônicos subiu 135%, ao passo que em supermercados, vestuário e lojas de departamento, cresceram 26%, 23% e 40%, respectivamente, em fevereiro sobre igual mês do ano passado ano. Na comparação com janeiro, todas as categorias tiveram desempenho positivo, exceto outros (-6%).