08/02/2022 - 15:47
Jogador de futebol brasileiro mais badalado do momento, o atacante Naymar gastou cerca de R$ 6 milhões em duas imagens digitais de um desenho de macaco. São os tais NFTs, sigla para o termo “non fungible token” (ou “token não fungível”, embora a tradução seja incompleta). E você deve estar se perguntando: o que deu na cabeça dessa cara para colocar tanto dinheiro em algo que ninguém sabe direito o que é, nem como funciona? A resposta é simples. Mas envolve bilhões de dólares.
As peças compradas por Neymar são da coleção Bored Ape Yacht Club, algo como “Iate Clube do Macaco Entediado”. Ele comemorou seu aniversário de 30 anos, no dia 5 de fevereiro, com o tema no bolo e em sua blusa. As imagens foram compartilhadas nas redes sociais do atacante. As transações são feitas por meio da criptomoeda Ethereum, a mais usada no mercado de NFTs.
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Para entender o interesse do craque nesses itens, e preciso compreender como eles funcionam. Grosso modo, são obras digitais colecionáveis. É algo com a característica de ser único e cada item tem seu registro, com dados técnicos, gravados em blockchain. É justamente as características de serem únicos, originais e colecionáveis que tornam esses artigos valiosos. E como uma obra de arte física, um quadro de Pablo Picasso, por exemplo.
A expectativa é de que esses produtos se valorizem e custem cada vez mais caro ao longo do tempo. Justamente como obras de arte. Quando um artigo desse passa pelas mãos de pessoas famosas como Neymar, a tendência é que essa valorização se acentue.
Claro que não existe esse garantia, pois trata-se de um mercado especulativo. Mas que tem se popularizado e movimentado bilhões. Em 2020, foram negociados US$ 100 milhões em NFTs no mundo. Em 2021, esse valor saltou para US$ 23 bilhões, segundo a startup DappRadar.
Neymar tem colocado seus milhões em NFTs por considerar um investimento. Compra agora para vender mais caro depois. Ou não. Pode ser apenas que ele, assim como outras celebridades como Jimmy Fallon, Eminem e Justin Bieber, queiram apenas ter o que ninguém mais pode comprar.