23/02/2023 - 6:12
A história da Nigéria, país de maior população da África, é marcada desde sua independência do Reino Unido, em 1960, por golpes de Estado e atos de violência étnica e religiosa, assim como por importantes movimentos sociais.
– Primeiro golpe de Estado –
Em janeiro de 1966, o presidente Nnamdi Azikiwe, da etnia igbo (natural do sudeste) é derrubado por Aguiyi Ironsi, da mesma etnia. Ironsi é assassinado em julho, em um novo golpe liderado por dirigentes do norte, que levam Yakubu Gowon ao poder.
– Guerra de Biafra –
Em 1967, o território igbo se declara independente, o que provoca uma guerra civil de três anos que tem como consequências um cenário de fome e mais de um milhão de mortos.
– Ditadura do general Abacha –
Os golpes de Estado prosseguem: um deles leva ao poder em 1993 o general Sani Abacha, que assume poderes absolutos até sua morte, cinco anos mais tarde.
– Transição democrática –
Depois de seis golpes de Estado desde a independência e de vários anos de ditadura militar, a Nigéria tem uma transição para a democracia. Olusegun Osenjo é eleito presidente em 1999 e governa o país até 2007.
– Sharia na região norte
A instauração da sharia (lei islâmica) em 12 estados da região norte no ano 2000 provoca confrontos entre cristãos e muçulmanos, que deixam 3.000 mortos.
– Insurreição do Boko Haram –
Em 2009, a seita Boko Haram, criada em 2002, vira um grupo armado islamita no nordeste da Nigéria.
Em 2016, uma cisão do movimento, Iswap, vinculada ao grupo Estado Islâmico (EI), vira a facção dominante da região.
– Buhari presidente –
Em 2015, o país tem a primeira alternância de poder democrática e pacífica: o candidato de oposição Muhammadu Buhari, um muçulmano do norte e que já havia liderado uma tentativa de golpe, derrota nas urnas o então presidente, Goodluck Jonathan, que havia sido eleito em 2010.
Buhari é reeleito em 2019, mas não disputa a eleição em 2023 porque a Constituição proíbe mais de dois mandatos.
– Protestos contra a violência policial –
Em outubro de 2020, um movimento nas principais cidades contra a violência policial sacode o país. Os protestos são convocados com a hashtag #EndSARS (“Fim da SARS”), nome de uma unidade especial das forças de segurança acusada de praticar extorsões, torturas e assassinatos.
As manifestações param após o massacre, em 20 de outubro, de pelo menos 11 manifestantes pacíficos em um posto de pedágio na rodovia que liga Lekki a Lagos.
– Inundações –
Em 2022, as piores inundações em uma década no país deixam mais de 200 mortos e quase três milhões de desabrigados.