09/01/2015 - 14:35
A Nintendo anunciou, nesta sexta-feira 9, que encerrou a comercialização de seus produtos no mercado brasileiro. “O Brasil é um mercado importante para a Nintendo e lar de muitos fãs apaixonados. Mas, infelizmente, desafios no ambiente local de negócios fizeram nosso modelo de distribuição atual no País insustentável”, disse Bill van Zyll, diretor e gerente geral para América Latina da Nintendo of America. “Estes desafios incluem as altas tarifas sobre importação que se aplicam ao nosso setor e a nossa decisão de não ter uma operação de fabricação local.”
Diferentemente de Sony e Microsoft, que, para driblar os pesados impostos brasileiros na área de tecnologia, começaram a produzir localmente, a Nintendo não aderiu a essa estratégia. A companhia importava seus produtos por intermédio da empresa Gaming do Brasil. Isto fazia com que os consoles da japonesa chegassem aqui mais caros e em uma posição de desvantagem para competir com o Playstation, da Sony, e o Xbox, da Microsoft.
Mesmo assim, a Nintendo afirma que vai estudar a melhor forma de atender aos desejos de seus fãs brasileiros e que continuará a monitorar o mercado, podendo voltar em um momento mais oportuno.
O ano passado foi difícil para a Nintendo. O presidente da empresa, Satoru Iwata, já havia adiantado no começo de 2014 que os resultados não seriam bons e que o período seria de esforços. Em um balanço divulgado na metade do ano, a empresa afirmou ter vendido apenas 2,7 milhões de consoles Wii U (número bem menor que a previsão de 9 milhões que tinha quando lançou a máquina). As ações, obviamente, caíram. Movimento que não é uma novidade para a empresa, que viu o preço de seus papéis se desvalorizarem 76% nos últimos seis anos.
A solução deste quebra-cabeças não é fácil. No último ano, a Nintendo ameaçou diversos movimentos, como lançar um console mais barato para mercados emergentes, como o brasileiro. Ela também estudou entrar no mundo da mobilidade – ação aguardada com anseio por muitos de seus fãs. Nada disto ela fez.
Michael Pachter um dos principais analistas do mercado de games, integrante da consultoria americana Wedbush Securities, joga toda a culpa do momento da Nintendo em seu comandante, Satoru Iwata. “Eu não sei como Iwata continua empregado”, escreveu o analista.