Por Flavia Marreiro e Gabriel Araujo

(Reuters) – Durante o debate dos candidatos à Presidência na noite de domingo, o presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) atacou Vera Magalhães e a chamou de “vergonha do jornalismo” após a entrevistadora lhe fazer uma pergunta sobre vacinas que incluía alusão a declarações do mandatário contra imunizantes durante a pandemia.

“Vera, não podia esperar outra coisa de você. Eu acho que você dorme pensando em mim, você tem alguma paixão por mim. Você não pode tomar partido num debate como este, fazer acusações mentirosas a meu respeito. Você é uma vergonha para o jornalismo brasileiro”, disse Bolsonaro, que foi condenado em segunda instância em junho deste ano por fazer ataques considerados misóginos a outra jornalista parte do debate, Patricia Campos Mello, do jornal Folha de S.Paulo.

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O ataque a Vera Magalhães, da TV Cultura, aconteceu depois que ela questionou o candidato Ciro Gomes (PDT) sobre a queda da cobertura vacinal infantil no Brasil e as mortes pela Covid-19. Ela perguntou se, na avaliação de Ciro, “a desinformação sobre vacinas, difundida inclusive pelo presidente da República” havia contribuído para a situação. Bolsonaro tinha direito a comentar a resposta.

Durante a pandemia, o presidente fez alegações falsas sobre vacinas. Bolsonaro é investigado em um inquérito no Supremo Tribunal Federal por ter feito publicamente uma associação entre a vacina contra Covid-19 e o risco de desenvolver Aids. A Polícia Federal considera que Bolsonaro cometeu crime e pediu a prorrogação da investigação.

 

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Durante o ataque a Vera Magalhães, a senadora Simone Tebet, candidata pelo MDB, tentou defender a jornalista, sendo atacada por Bolsonaro. Foi o começo de uma série de manifestações em defesa da entrevistadora, com as adversárias de Bolsonaro explorando outras afirmações e condutas consideradas misóginas.

Uma das metas da campanha de Bolsonaro é reduzir sua desvantagem entre o público feminino. Segundo o mais recente Datafolha, Bolsonaro tem 29% entre as mulheres, contra 47% de Lula.

(Reportagem de Flávia Marreiro e Gabriel Araujo)

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