15/05/2018 - 17:39
Enquanto ocorria a cerimônia de comemoração de dois anos do governo Michel Temer no Palácio do Planalto, o vice-presidente da Câmara, deputado Fábio Ramalho (MDB-MG), fez duras críticas ao Presidente da República e seus ministros no plenário da Casa. “Minas vai se levantar, presidente, para demonstrar para você, com essa tirania, e esse monte de ministros, a maioria na Lava Jato, a maioria deveria estar sabe onde? Lá em Curitiba, não no Palácio do Planalto”, bradou. Ele reclama da falta do repasse por parte da União de R$ 250 milhões ao Estado.
Ramalho também reagiu ao slogan inicialmente adotado pelo governo no convite do evento que dizia “O Brasil voltou, 20 anos em 2”, fazendo referência aos “50 anos em 5” de Juscelino Kubitschek. “Minas é terra de JK. Não compare este governo com JK. Porque é um absurdo, JK era um democrata e foi um dos maiores presidentes que o Brasil já teve. Presidente (Temer), respeite Minas”, declarou o deputado na tribuna. Após repercussão negativa, ontem, o governo acabou mudando o mote da campanha para Avançamos.
O vice-presidente da Câmara também chamou Temer de “insensível” e disse que ele “não tem força” para determinar ao ministro das Cidades “o que tem que ser feito”. Isto, segundo ele, teria permitido aumento de 88% da tarifa do metrô em Belo Horizonte (MG). “Não sabe esse insensível governo que conversamos com o presidente Michel Temer e ele, que não tem força com o ministro das Cidades para determinar o que tem que ser feito, deixou que esse aumento fosse colocado. Tive, como cidadão, que entrar com uma ação popular e liminarmente esse aumento foi suspenso.”
O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG) suspendeu, na última sexta-feira, 11, o reajuste de quase 89% nas tarifas do metrô de Belo Horizonte. A nova tarifa do metrô entrou em vigor no mesmo dia, passando de R$ 1,80 para R$ 3,40. A suspensão foi pedida por Ramalho através de uma ação popular e aceita pelo juiz Mauro Pena Rocha, da 4ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias da Comarca de Belo Horizonte.
Hoje, Ramalho também avaliou que Temer age com “ingratidão” com a bancada de Minas por não te liberado os R$ 250 milhões prometidos no final do ano para o Estado aos parlamentares. “(O governo) não liberou pra Minas Gerais R$ 250 milhões, mas neste ano já liberou R$ 150 milhões para a bancada do Rio Grande do Sul. Minas está sendo desrespeitada e hoje eu convoco toda a bancada mineira para que a gente obstrua os trabalhos nessa casa.” A bancada mineira é formada por 53 deputados e três senadores.
A reportagem procurou o Palácio do Planalto, mas ainda não obteve resposta.