O Sistema Faep, entidade que reúne a Federação da Agricultura do Paraná e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) no Estado, enviou nesta sexta-feira, 16, ofício ao Ministério da Agricultura (Mapa) pedindo medidas imediatas para reabrir o mercado internacional ao frango paranaense, após a suspensão das exportações brasileiras por países como China e União Europeia. A medida foi tomada em resposta à confirmação do primeiro caso de influenza aviária em granja comercial no Brasil, detectado em Montenegro (RS).

No documento, encaminhado também à Secretaria de Agricultura do Paraná (Seab) e à Agência de Defesa Agropecuária (Adapar), a entidade ressalta que o Estado não registra casos da doença em plantéis comerciais, apenas em aves silvestres.

“Nesse momento, pedimos o apoio das autoridades competentes para que possamos trabalhar na busca de restabelecer, o mais breve possível, o comércio com grandes players. Isso porque o Paraná permanece sem a ocorrência de casos da doença em seus planteis comerciais”, enfatiza Ágide Eduardo Meneguette, presidente do Sistema Faep, em nota.

O Paraná é responsável por 35% da produção nacional de carne de frango e o setor representa 31,6% do Valor Bruto de Produção Agropecuária (VBP) do Estado. Dados do IBGE mostram que em 2024 foram abatidas 2,2 bilhões de aves, gerando exportações de 2,17 milhões de toneladas, com faturamento de US$ 4 bilhões.

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, confirmou nesta sexta a suspensão automática das exportações de frango brasileiro para a China por 60 dias, conforme protocolo sanitário bilateral. Ele informou que estabeleceu bloqueio num raio de 10 km da granja afetada e que não há indícios de novos casos na região. Os ovos férteis produzidos no local foram rastreados e serão inutilizados.

O presidente interino do Sistema Faep reforçou a necessidade de ação rápida das autoridades. “A celeridade nesse momento é fundamental para mostrarmos a robustez do sistema sanitário paranaense e o trabalho que temos para proporcionar produtos alimentícios com segurança sanitária ao mundo”, salienta a nota.

A entidade destacou que o Paraná mantém rigoroso controle sanitário, com vigilância constante, especialmente no litoral, rota de aves migratórias. Quando há confirmação de casos em aves silvestres, a Adapar realiza investigação num raio de 10 km. Como não há produção comercial expressiva no litoral, onde foram registrados casos em aves silvestres, não houve contaminação nos plantéis comerciais.

O ofício ressalta, ainda, a importância de medidas preventivas nas granjas, como o uso de roupas e calçados exclusivos, higienização rigorosa, fechamento de frestas, restrição de acesso e cuidados para evitar contato com aves silvestres. Desde 2023, quando o vírus H5N1 foi detectado pela primeira vez no Brasil, o Paraná registrou 13 focos, todos em aves silvestres.