14/03/2018 - 19:11
Nenhum político, empresário ou estadista brilhou tanto no primeiro dia da edição latino-americana do Fórum Econômico Mundial quanto Pelé. Num momento em que escândalos de corrupção causam revolta da sociedade contra a política tradicional, o rei do futebol foi o mais aplaudido na sessão plenária em que dividiu espaço com o presidente Michel Temer, o governador Geraldo Alckmin e o prefeito João Doria.
O público se levantou duas vezes para aplaudir com entusiasmo o “atleta do século”, uma atitude não concedida aos políticos que estavam ao lado do ex-jogador.
No fim da tarde, a sessão onde Pelé deu uma entrevista foi uma das mais concorridas do evento. O painel com o ex-jogador estava marcado para começar às 17h, mas em razão da dificuldade em acomodar todos os queriam acompanhar, a entrevista só começou por volta das 17h20, com o salão lotado.
Tricampeão do mundo com a Seleção Brasileira, Pelé respondeu a perguntas sobre a sua carreira. Apesar de a conversa ter ocorrido em um evento de economia, nada foi perguntado sobre a conjuntura brasileira, nem mesmo sobre assuntos políticos. O único momento em que o atleta saiu do assunto futebol foi quando mencionou a sua preocupação com o futuro das crianças. O ex-jogador é sempre lembrado por ter dedicado seu milésimo gol às crianças carentes do Brasil.
No momento em que as perguntas foram abertas aos participantes da sessão, Pelé foi questionado sobre quem é, na opinião dele, o melhor jogador de futebol em atividade. “Até ontem, para mim, o melhor jogador é o Messi”, respondeu o ex-jogador. E entre os atacantes? A resposta óbvia: Cristiano Ronaldo.
Mostrando certa aptidão para a política, Pelé não quis deixar de fora da sua resposta o brasileiro Neymar, ao dizer que se trata de “um dos grandes jogadores que saíram do Brasil”. “Como sou natural de Três Corações (MG), eu fico com um coração para cada um deles, um para Messi, um para Cristiano Ronaldo e um para Neymar”, disse. Ao final da entrevista, vários participantes da sessão correram para tirar fotos com Pelé.
Antes, em sua primeira participação no fórum, Pelé recebeu uma homenagem do fundador do Fórum Econômico Mundial, Klaus Schwab, e também foi exaltado nos discursos de Temer, Alckmin e Doria. Santista declarado, o governador paulista usou a sigla geralmente usada para as parcerias público-privadas (PPPs) para lembrar, em tom de brincadeira, um ataque histórico do clube, formado pelo trio Pagão, Pepe e Pelé.