O grupo de alumínio norueguês Norsk Hydro assegurou nesta segunda-feira que duas investigações, uma independente e outra interna, não encontraram indícios que confirmem que sua refinaria no Brasil tenha contaminado as águas do rio Pará.

As autoridades brasileiras acusam a refinaria Alunorte de ter poluído as águas desse rio situado em Barcarena, município do estado do Pará, com resíduos de bauxita que vazaram do depósito da fábrica depois das fortes chuvas de 16 e 17 de fevereiro.

O grupo norueguês recebeu duas multas de 10 milhões de reais cada uma.

As autoridades também ordenaram a suspensão do uso do depósito e a redução de 50% sua produção na planta.

A Alunorte é a maior fábrica de alumina – um componente essencial do alumínio – do mundo, por isso as medidas impostas pelas autoridades brasileiras preocupam o grupo e tiveram repercussões em suas ações na bolsa.

Apesar de a Norsk Hydro reconhecer em março que verteu água não tratada no rio Pará, assegurou nesta segunda que as duas investigações, uma interna e a outra feita pela consultoria independente SGW Services, não encontraram resíduos de bauxita nos vazamentos.

“Os dois informes confirmaram nossas declarações anteriores de que não houve transbordamento das áreas de depósito de resíduos de bauxita, nem qualquer indicação ou prova da contaminação das comunidades locais próximas à Alunorte depois das fortes chuvas de fevereiro”, afirmou em um comunicado o CEO Svein Richard Brandtzaeg.

Segundo o instituto científico brasileiro Evandro Chagas, subordinado ao ministério da Saúde, o “logo vermelho” registrado depois das chuvas pode implicar riscos para pescadores e outras comunidades amazônicas próximas à refinaria, pois usam desta água que possui níveis elevados de alumínio e metais tóxicos.

A Norsk Hydro quer voltar logo à plena produção (6,3 milhões de toneladas por ) em sua fábrica da Alunorte, da qual possui 92,1%.