A Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos (FTC, na sigla em inglês) confirmou nesta quinta-feira, 2, que firmou um acordo com a ExxonMobil para impedir que o CEO da Pioneer Natural Resources, Scott Sheffield, ganhe um cargo no conselho de diretores, após as empresas completarem o processo de fusão. Em comunicado, o órgão regulador afirmou que o objetivo é limitar a possibilidade de coordenação dos mercados de petróleo e iniciativas com potencial de aumentar os preços da commodity e seus derivados, atividade que alega já ter sido realizada por Sheffield no passado.

Uma investigação mostrou que o CEO da Pioneer tentou alinhar a produção de petróleo no Texas e no Novo México com a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), por meio de comunicados públicos, mensagens de texto, reuniões presenciais, conversas no Whatsapp, entre outros.

Em uma das mensagens, Sheffield diz esperar que “se o Texas liderar o caminho” dos cortes na produção, outros países da Opep poderiam segui-lo, como Arábia Saudita e Rússia.

Além de evitar o controle nos preços do petróleo, a FTC afirma que uma eventual nomeação Sheffield para o conselho também seria anticompetitiva, considerando que ele atua no conselho da The Williams Companies, concorrente da Exxon no setor de gás natural.

O acordo proíbe a Exxon de nomear qualquer funcionário ou diretor da Pioneer ao conselho de diretores por um período de cinco anos e exige que a petrolífera reporte obrigatoriamente as atividades da diretoria, dentro da legislação antitruste, por um período de dez anos.

A FTC afirmou ainda que esse acordo resolve as preocupações antitruste sobre a aquisição da Pioneer pela Exxon, cujo valor totaliza US$ 64,5 bilhões, e permite que as empresas continuem com a fusão.