27/03/2019 - 15:26
Fragilizado, o governo tenta reforçar o discurso de que não vê como derrota a aprovação de uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que engessa parcela maior do Orçamento e torna obrigatório o pagamento de despesas hoje passíveis de adiamento. “Ninguém no governo está vendo derrota nenhuma. É uma vitória e a reafirmação da autonomia do parlamento”, minimizou o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.
Ele disse que conversou com o presidente Jair Bolsonaro na manhã desta quarta-feira, 27, e sinalizou que ele possui o mesmo entendimento. Segundo Onyx, “quanto mais o orçamento puder ser compartilhado, melhor”.
O ministro falou com a imprensa após participar do Encontro Nacional da Conferência dos Conselhos de Pastores do Brasil, que contou com a presença de integrantes da bancada evangélica, que vinha fazendo reclamações sobre a falta de diálogo com o governo. Depois do almoço, o ministro da Casa Civil disse que Bolsonaro começará a se reunir com presidentes de partidos e líderes de bancada quando retornar de viagem a Israel, a partir da próxima quinta-feira, dia 4. O objetivo é “estreitar o diálogo”. Na mesma data, o presidente receberá o presidente do PRB, Marcos Pereira, que estava no almoço com Onyx hoje. Bolsonaro também deve receber o presidente do DEM, ACM Neto. O partido possui três ministros no governo, entre eles o próprio Onyx.
O ministro da Casa Civil destacou que o Poder Executivo “só pode respeitar” a votação na Câmara e que “não vai interferir” na apreciação da matéria no Senado.
Sobre qual será o papel de parlamentares no governo, Onyx disse que o governo Bolsonaro constituiu os cargos de primeiro e segundo escalão com “total independência”, e agora vai cuidar das questões na esfera estadual.
Previdência
O ministro disse que “é preciso ter humildade para reconhecer que houve erros aqui e ali”, numa referência à articulação política. “Mas o governo tem mostrado que não se cansa de buscar entendimento. A relação do governo com o parlamento todo dia pode melhorar um pouquinho. A hora que ficar bom vamos ser campeões do mundo”, disse.
Onyx afirmou que a proposta da reforma da Previdência tem ajustes a serem feitos e que isso faz parte do trabalho dos congressistas. “Há um tempo de amadurecimento. É necessário paciência para as inconformidades que às vezes surgem”, declarou.