20/07/2025 - 13:30
A nota de R$ 10 feita de polímero que ficou na memória afetiva de muitos brasileiros completa 25 anos em 2025. Emitida pelo BC (Banco Central) em 2000 em comemoração aos 500 anos da chegada dos portugueses ao país, a cédula virou item de colecionador, podendo valer 100 vezes mais.
A cédula que é a única da história do real feita com polímero foi apelidada de “nota de plástico”. De acordo com o BC, a cédula foi produzida com substrato importado da Austrália. A dificuldade no processo logístico foi um dos fatores que fizeram com que nota não fosse adotada definitivamente.
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Ao todo, foram impressas 250 milhões de unidades pela casa da moeda brasileira. Das 627 milhões de cédulas de R$ 10 em circulação atualmente, apenas cerca de 3,5 milhões são de polímero.
O próprio Banco Central iniciou no ano passado, a retirada de circulação da nota de “plástico”, juntamente com as outras notas da primeira família do real, produzidas entre 1994 e 2010. O BC esclarece, porém, que as notas seguem validas em todo o território nacional.
Em meio ao ‘desaparecimento’, cresceu o interesse dos colecionadores pela cédula diferentona. É possível encontrar a nota sendo vendida em sites de compra e venda pela internet por valores que chegam até R$ 1.000.
Segundo Ademir Fernandes, colecionador responsável pelo site Casa das Cédulas, a nota tem sido cada vez mais difícil de encontrar.

Mito da nota que não molhava
Gabriel Garros, um empreendedor de São Paulo, contou à IstoÉ Dinheiro pagou um valor dez vezes maior que o valor de face pois para ele a cédula possuía um grande valor emociona.
Ele recorda que após o lançamento da nota se espalhou a lenda urbana de que a nota não molhava.
“Na infância tinha um amigo que trabalhava em um lava rápido e recebia 10 reais por dia. Uma vez ele mostrou essa nota para mim e meu irmão, dissemos a ele em tom de brincadeira que por ser de plástico a nota não molhava. Convencemos ele a colocar a nota em um barril com água, a nota rasgou. Fomos para casa e colocamos uma fita para que ele pudesse usar, lembro que na época 10 reais era muito dinheiro, ficamos muito assustados”, conta.
Anos depois, ele conseguiu comprar uma nota de plástico anos de ex-professor de matemática. Ele conta que, de início, o professor não queria vender e pediu R$ 100 pela ‘relíquia’, desacreditando que Gabriel realmente compraria. Mas ele comprou.
Os detalhes da nota
Anverso
A “frente” da nota contém a efígie de Pedro Álvares Cabral, navegador português que chegou ao Brasil em 22 de abril de 1500; o mapa “Terra Brasilis”, uma das primeiras representações da nova terra; um trecho da carta de Pero Vaz de Caminha, primeiro documento a descrever características do lugar e da sua gente; e uma rosa dos ventos, instrumento de navegação extraído da cartografia portuguesa do século XVI.
À direita do mapa, estão representadas, também, cinco naus da expedição de Cabral. Ao fundo, encontra-se composição de elementos decorativos de azulejos portugueses, linhas sinuosas e representações da Cruz da Ordem de Cristo, símbolo presente nas embarcações portuguesas da época.

Reverso
A parte de “trás” contém uma versão estilizada do mapa do Brasil, formada por quadros, alguns deles contendo fisionomias típicas do povo brasileiro (índio, branco, negro e mestiço), retratando uma característica marcante do Brasil contemporâneo: a pluralidade étnica e cultural.
*Estagiário sob supervisão