29/10/2003 - 8:00
Os aparelhos de som Aiwa finalmente estão saindo da geladeira. Em abril do ano passado, a Sony ? que já tinha 51% de participação na marca ? pagou US$ 114 milhões para assumir o controle total da Aiwa. Desde então, seus produtos desapareceram das lojas. Por um bom motivo: a marca estava sendo recriada, sob as asas da empresa-mãe. A mesma terceirização que fez a fama da empresa ameaçava levá-la à ruína. ?Quando até a engenharia e o desenvolvimento dos produtos é entregue a parceiros, não sobra nada na companhia além das vendas?, critica Minoru Itaya, diretor-presidente da Sony Brasil. O problema conceitual torna-se prático quando a qualidade desaba e, com ela, o prestígio da marca. Foi o que aconteceu em importantes mercados, como o brasileiro, onde a Aiwa deixou de ser associada a tecnologia e virou sinônimo de produto barato. Desde 1996, quando a CCE assumiu a marca, sua participação no mercado nacional de áudio caiu de 25% para cerca de 10%.
No ano passado, a Sony assumiu o comando da Aiwa e pôs fim à terceirização, dispensando parceiros como a CCE. Agora, é a própria Sony quem cria e fabrica os produtos da Aiwa. A nova linha da marca tem mais de 100 itens, dos quais apenas quatro modelos de mini system já estão sendo fabricados no Brasil. Se a aceitação for boa, a Sony cogita trazer para o País outras linhas de som e até mesmo DVDs e televisores. ?Mas antes é preciso recuperar a confiança do consumidor?, reconhece Itaya. Com uma campanha publicitária de US$ 2 milhões, o grupo quer convencer seu público de que Aiwa agora é Sony e, assim, transferir credibilidade para a marca.